28 de setembro de 2012

Queda do investimento da China afetaria pouco o Brasil, diz FMI

A economia brasileira seria relativamente pouco impactada por uma eventual desaceleração da taxa de investimento da China, mostra um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI), parte integrante do relatório Panorama Econômico Mundial.

Uma queda de 1% na taxa de investimento chinês provocaria uma queda de menos de 0,1 ponto percentual no crescimento econômico do Brasil, mostram os exercícios matemáticos e estatísticos feitos pelo Fundo.

A queda na taxa de investimento na economia chinesa é apontado, por muitos, como um dos maiores riscos para a continuidade do ciclo de expansão das economias emergentes. O estudo do FMI, porém, mostra que o impacto seria distinta em diferentes países.

Num dos extremos, está o Chile. Uma queda de 1% na taxa de investimento da China levaria a uma perda de crescimento de perto de 0,4 pontos percentuais.

A taxa de investimento na China é próxima de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e, para muitos, encontra-se num patamar exageradamente alto, que não vai se sustentar ao longo do tempo.

Alguns economistas afirmam que, em patamares tão altos, a China corre o risco de criar um excesso de capacidade produtiva – que em seguida levaria a uma forte queda na taxa de investimentos.

Neste cenários, países emergentes que fornecem matérias-primas para a China seriam os mais atingidos, sobretudo em produtos como ferro, cobre, níquel e outros metais.

O quanto cada país emergente seria afetado, diz o FMI, depende de quanto ele depende das exportações dessas commodities. Países com uma pauta mais concentrada nesses produtos e mais dependentes do mercado chinês sofreriam mais, como no caso do Chile.

Países com uma pauta exportadora mais diversificada, tanto em termos de produtos como em áreas geográficas, seriam menos afetados, afirma o FMI. Esse é o caso do Brasil.

O FMI vai divulgar seu Panorama Econômico Mundial, com projeções e avaliações sobre o desempenho da economia global, daqui a duas semanas, durante seu encontro anual, que neste ano será em Tóquio. Mas, como faz tradicionalmente, o organismo fez hoje a divulgação antecipada de alguns capítulos analíticos.

 
Fonte: Jornal Valor Econômico

Nenhum comentário:

Postar um comentário