29 de maio de 2013

Maior Boeing do mundo faz teste em Viracopos


















O Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, recebeu o maior avião em circulação no mundo da Boeing: o 747-8F. É a primeira vez que a aeronave, com 76,3m de comprimento, pousa no Brasil. Foi um teste da companhia americana Atlas Air para homologação do terminal na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) receber o cargueiro comercialmente.

Os modelos 747-8 da Boeing dividem com o A-380 da Airbus o título de maiores aviões do mundo com versões também para passageiros. "Assim que tivermos a homologação, que esperamos para a próxima semana, vamos começar a voar toda terça-feira com o 747-8F por Viracopos", afirmou o diretor da Atlas Air para o Brasil, Luis Fernando Del Valle.

A empresa tem sete modelos do 747-8F, de uma frota de 48 aeronaves da Boeing. "Transportamos 20% mais carga com ele, com uma economia de 15% de combustível, com 20% menos barulho. Já operamos por Viracopos e temos demanda para operar com o 747-8F agora por Campinas e em outras localidades", diz Del Valle.

Além do aeroporto de Viracopos - maior terminal de cargas do País -, a Atlas solicitou à Anac liberação para usar o jumbo em Brasília, no Rio de Janeiro, em Cabo Frio, Curitiba, Natal e Petrolina.

Adequações - O voo teste é apenas uma das etapas para liberação dada pela Anac. Para receber o gigante Boeing 747-8F, Viracopos teve que passar por adequações. Foram removidos obstáculos laterais da pista, como pontos de sinalização e caixas de passagem, a pintura da pista de taxiamento teve que ser alargada.

Foram feitas também adequações de procedimentos de segurança e de operação. A aeronave, da categoria F, deve ter de uma extremidade a outra da asa entre 65m e 80m, com 68,5m de envergadura. Em comprimento, é o maior do mundo: mede 76,4m.

"Do ponto de vista do pavimento da pista e da área para estacionamento o aeroporto estava dentro dos padrões", explicou o diretor de Operações da concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, Marcelo Mota.

Existem 41 aeronaves como essa voando pelo mundo - 35 cargueiros e 6 de passageiros, chamados de Intercontinental, com capacidade para até 550 passageiros. O modelo de carga tem capacidade para transportar 135 toneladas.

"É o modelo mais moderno voando no mundo. Ele tem as vantagens de transportar muito mais, gastando menos e com tecnologia sem igual", explica Evanicio Costa, representante da Boeing. O avião que fez o teste em Viracopos partiu de Miami e seguiria para Quito, no Equador, onde também faz um pouso teste.

A Anac aprovou o teste em Viracopos, mas exigiu que fosse feito com cargueiro vazio. "É um prejuízo alto para a empresa, mas temos interesse em liberar logo a operação com a aeronave", afirmou o diretor da Atlas Air.

O diretor-presidente da Aeroportos Brasil, Luiz Alberto Küster, afirmou que vai levar no dia 4, o relatório do pouso teste para a Anac. "Esperamos que a partir da próxima semana já seja liberada a operação de voos por Viracopos. Todos os ajustes foram efetuados e entendemos que o aeroporto está apto a receber o 747-800."

Fonte: Jornal Info Exame

28 de maio de 2013

Fila de caminhões no Porto de Santos causa congestionamento de 43 km

  • Veículos parados na rodovia Anchieta, do km 35 ao 55, devido ao decreto da Prefeitura de Cubatão (SP)













    Veículos parados na rodovia Anchieta, do km 35 ao 55, devido ao decreto da Prefeitura de Cubatão (SP)

    O segundo dia de restrições ao funcionamento de pátios reguladores do fluxo de caminhões rumo ao porto de Santos (72 km de São Paulo) tem sido de caos nas estradas entre a capital e o litoral. Somados os pontos de lentidão no Sistema Anchieta-Imigrantes, há 43 quilômetros de congestionamentos.

    Os pontos com problemas, segundo a Ecovias, concessionária do SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes), são os km 35 a 55 (sentido litoral) e 60 a 55 (sentido capital) da Via Anchieta; os km 270 a 262 (rumo a Guarujá) e 266 a 270 (para Cubatão) da Rodovia Cônego Domênico Rangoni; e do km 7 ao 1 da interligação ao planalto (sentido Via Anchieta).
Desde segunda-feira (27), a prefeitura de Cubatão (56 km de São Paulo) faz valer um decreto pelo qual os pátios para estacionamento de caminhões podem funcionar somente das 8 às 18h. Antes, abriam 24 horas diariamente.
Isso provocou quilômetros de lentidão ou trânsito parado na subida e na descida da Serra do Mar desde a noite de segunda e ainda na manhã desta terça (28), com caminhões à espera da abertura desses pátios. Os locais servem para manter os caminhões fora das estradas enquanto esperam por sua vez de carregar e descarregar mercadorias no porto de Santos.

Fonte: Jornal Valor Econômico

24 de maio de 2013

América Latina tem pior desempenho no comércio global no 1º trimestre

As exportações e importações da América Latina tiveram o pior desempenho entre todas as regiões no primeiro trimestre, segundo o CPB, centro de Pesquisa Econômica da Holanda, cujas cifras normalmente ficam próximas daquelas da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Kristian Helgesen/Bloomberg
Centro diz que exportações cresceram entre as nações desenvolvidas
Em março, o comércio mundial em volume cresceu 0,2%, comparado a queda de 1,1% em fevereiro. No primeiro trimestre, as trocas globais aumentaram 0,7%, no mesmo ritmo do ultimo trimestre de 2004.
Por sua vez, a produção industrial global subiu 0,9% no primeiro trimestre, após alta de 0,4% registrada no trimestre anterior.
Pelos dados preliminares do CPB, que podem depois ser revisados substancialmente,  as exportações cresceram do lado das economias desenvolvidas no primeiro trimestre. Por sua vez, as importações aumentaram no lado dos emergentes, como resultado de maiores vendas pelo Japão e por economias da zona do euro.
As exportações japonesas foram turbinadas por um iene desvalorizado. Suas vendas subiram 1,5% em volume, mas declinaram 7,2% em valor comparado ao trimestre anterior.
O desempenho da América Latina foi o pior nas exportações em volume entre janeiro e março, com contração de 1,5%, depois de alta de 1,4% no trimestre anterior. Em valor, as exportações da região caíram 1,3%, após alta de 1% entre outubro e dezembro.

Fonte: Jornal Valor Econômico

14 de maio de 2013

Na Itália, acidente com cargueiro em porto de Gênova deixa 7 mortos



AP Photo/Marco Balostro
Imagem registra o momento após o acidente no porto de Gênova


Um cargueiro colidiu com a torre de controle no porto de Gênova, em um acidente que deixou pelo menos sete mortos, segundo os jornais locais. O porto é o mais movimentado da Itália.
Pelo menos quatro pessoas ficaram feridas no acidente, duas delas em estado grave, segundo o jornal “La Repubblica”. Já o diário “La Stampa” cita nove mortos. Uma avaria no motor pode ter causado o acidente, por ter deixado a embarcação ingovernável, segundo a imprensa do país. Outra hipótese é falha humana. O acidente ocorreu por volta das 23h (hora local) da terça-feira, durante a troca de turnos na torre de controle, o que dificulta a contagem exata das vítimas.
“Este fato é inacreditável porque nós tínhamos as melhores condições meteorológicas para a navegação”, disse Luigi Merlo, presidente da autoridade portuária de Gênova. O navio envolvido no acidente é o Jolly Nero, da companhia Ignazio Messina.
O desastre lembra outro, ainda mais grave, ocorrido no ano passado no país. O cruzeiro Costa Concordia colidiu na Toscana contra uma barreira de corais, por um erro do capitão, em um acidente que deixou 32 mortos

Fonte: Jornal Valor Econômico

13 de maio de 2013

Porto de Santos tem recorde de movimentação em março e no trimestre


O Porto de Santos apresentou o melhor desempenho de sua história tanto para o mês de março quanto para o primeiro trimestre. Segundo a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a movimentação do porto paulista atingiu 9,4 milhões de toneladas em março, número 9,4% superior que o do mesmo período de 2012.
Esta foi a oitava melhor marca mensal. Do total, 6,806 milhões de toneladas partiram de exportações – alta anual de 12,2% -, enquanto 2,593 milhões de toneladas partiram de importação – crescimento de 2,6%.
No primeiro trimestre, a movimentação em Santos correspondeu a 24,87 milhões de toneladas, o que representou alta de 12,8% sobre o total apurado entre janeiro e março do ano passado. Os embarques cresceram 20,3%, para 17,431 milhões de toneladas, enquanto as importações caíram 1,7%, para 7,443 milhões de toneladas.
Com o resultado acumulado, a expectativa da Codesp é que a movimentação de 2013 supere 110 milhões de toneladas.
Dentre as exportações, destaque para a alta de 679% da movimentação de milho, para 1,6 milhão de toneladas, e de 99,2% do volume de açúcar, para 3,8 milhões de toneladas. Já o complexo soja pesou sobre o total, ao mostrar queda de 18,5% das exportações, que somaram 4,1 milhões de toneladas.
Do lado das importações, chamou a atenção a queda de 47% da movimentação de carvão, para 340,9 mil toneladas, e de 11,3% de adubo, para 535,3 mil toneladas.
A movimentação de contêineres no primeiro trimestre subiu 4,7% e atingiu 758,2 mil TEUs (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés). Em relação ao volume de veículos, houve um aumento de 12,8% em relação ao primeiro trimestre de 2012, para 36.360 unidades.
A participação do Porto de Santos na movimentação das cargas que compuseram a balança comercial brasileira neste primeiro trimestre foi de 26%, acumulando US$ 27,7 bilhões. Do total, US$ 13,9 bilhões corresponderam a cargas desembarcadas em Santos e US$ 13,8 bilhões, às exportações.




Fonte: Jornal Valor Econômico

10 de maio de 2013

Governo pode deixar MP dos Portos 'caducar'


O governo deixará "caducar" a medida provisória que altera as regras do setor portuário, caso não consiga derrubar, até o início da semana que vem, as emendas defendidas pelo líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ). Na avaliação do governo, a proposta praticamente rasga o texto original da MP dos Portos (595) e esvazia a competitividade do setor, privilegiando empresas que já atuam nos principais terminais do país.
Para tentar derrubar a emenda aglutinadora de Eduardo Cunha, a presidente Dilma Rousseff mobilizou o governo e a base aliada. Em conversas com o vice-presidente, Michel Temer e os ministros Aguinaldo Ribeiro (Cidades) e Manoel Dias (Trabalho), Dilma cobrou esforço concentrado para tentar derrubar a emenda. O governo trabalha para que a MP dos Portos seja votada na Câmara no início da próxima semana para que possa seguir para o Senado antes de quinta-feira, quando perde a validade. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), convocou uma sessão na segunda-feira para votação da MP. Em geral, não há votações às segundas-feiras. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também entrou em campo. "Vamos fazer o que for possível para atender [ao pedido]. Se aprovada pela Câmara, vamos tentar um acordo com os líderes para aprovar também no Senado", explicou.
A emenda proposta pelo PMDB contraria o governo, especialmente, em quatro pontos. O Palácio do Planalto não admite a alteração do prazo de prorrogação das concessões dos terminais portuários. O governo quer prorrogar esses contratos por até cinco anos e apenas os terminais licitados antes de 1993, quando passou a vigorar a Lei dos Portos (8.630). A emenda, no entanto, estende esse prazo para dez anos e não se limita aos contratos anteriores a 1993, ou seja, todos os portos teriam mais uma década de validade pela frente. Há 52 portos com contratos firmados antes de 1993, mas outros 117 são posteriores a essa data. Na avaliação do governo, a emenda favorece atuais operadoras de terminais e reduz a competitividade.
O segundo ponto de discordância diz respeito à exigência de que os funcionários de novos terminais privados sejam, obrigatoriamente, ligados ao Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo), que hoje faz a gestão de trabalhadores de portos públicos. Nos atuais terminais privados, os funcionários são contratados pelo regime da consolidação das leis do trabalho (CLT), os chamados celetistas. A terceira proposta que contraria o governo trata de restrições para realização de licitações. Eduardo Cunha propõe que a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) só realize licitações desde que seja "comprovadamente esgotado o aumento de capacidade em instalações portuárias dentro dos portos organizados da mesma região concorrencial". Para o governo, isso significa afastar a possibilidade de ampliar a concorrência. Finalmente, a emenda limita a prorrogação de contratos por uma única vez, mais uma medida que, na visão do Palácio do Planalto, inibe o interesse de investidores.
Outros temas incluídos no relatório não agradam o governo. A inclusão do conceito de "terminal indústria", por exemplo, prevê que a aprovação de terminais privados destinados à movimentação de carga própria - e não de terceiros - seja dispensada de chamada pública e do processo seletivo pela Antaq. O governo discorda e quer que tudo passe por licitação, com abertura de terminais privados destinados à carga própria e de terceiros. Mais uma proposta que causa dor de cabeça prevê que companhias que detenham participação superior a 5% em empresas de navegação marítima não participem de licitações. A medida, para o governo, afasta a participação dos armadores.
Relator da MP na comissão mista, o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), criticou a emenda de Cunha. Disse que ela representa uma "ruptura" do entendimento construído na comissão mista e que o relatório aprovado "foi amplamente negociado" com o governo, trabalhadores e empresários e representa a possibilidade de consenso. "Aquele texto representa senão o ideal, o possível. Mais do que aquilo significa ruptura", declarou Braga.
Ontem, Dilma aproveitou a cerimônia de posse de Guilherme Afif Domingos (PSD) na Secretaria da Micro e Pequena Empresa para fazer um apelo ao Congresso. Em rápida declaração a jornalistas, disse que vai lutar até a quinta-feira para tentar aprovar a proposta. "Não podemos desenvolver nosso país se não tivermos uma infraestrutura dos portos aberta ao setor privado", afirmou Dilma.
A presidente destacou que a proposta negociada assegura, sobretudo, o direito dos trabalhadores do setor. "Queremos hoje uma nova abertura, que o acesso aos portos brasileiros seja um direito a todos aqueles que produzem. É essa a ideia dessa medida provisória", afirmou a presidente.
Dilma e Temer decidiram ainda mexer na relação com a base parlamentar, numa tentativa de "afinar a relação", atualmente alvo de muitas reclamações dos aliados. Quando a presidente viajar a um Estado para inaugurar obras, por exemplo, deverá ser acompanhada por parlamentares da região. Quando houver liberação de recursos para municípios, deputados da região deverão ser informados previamente, para que possam transmitir às suas bases no local. A estratégia é mostrar que Cunha age sozinho ao articular a derrota do governo, apresentando uma emenda que desvirtua o texto defendido pela presidente. Com isso, tenta evitar também arranhões na relação com o principal partido de sustentação da base no Congresso e da reeleição. Isso porque chama a atenção a inclusão, na emenda de Cunha, a presença de outras propostas feitas por parlamentares da oposição, como o DEM, ou da base que ameaçam não apoiar a petista em 2014, como PSB e PDT. Cunha afirma agir com respaldo da bancada de 79 deputados, a segunda maior da Casa. Tanto que disse hoje que sua emenda está mantida se ocorrer votação da semana que vem. "A emenda será apresentada. A única possibilidade de votar essa MP é com essa emenda", declarou.
Ele também rejeitou a possibilidade de a Câmara apreciar o texto na segunda-feira, conforme defendido por Henrique Alves. "Segunda-feira não votamos. Não mobilizo a bancada para votar segunda-feira. Não foi por culpa nossa que não votamos ontem", declarou.
A sessão de anteontem que apreciava a MP foi interrompida após discurso do líder do PR, Anthony Garotinho (RJ), de que a emenda de Cunha transformaria a MP dos Portos em "MP dos Porcos" e estava permeada por negócios escusos. Sua fala inflamou o plenário, que cobrou dele a identificação dos corrompidos e dos corruptores antes de a sessão continuar. A sessão foi interrompida.
Ontem, Garotinho reafirmou as acusações. "Aquela emenda é tio Patinhas mesmo. Aquela emenda desfigura a MP proposta pelo governo. "Se meu discurso era falso, por que a sessão não prosseguiu? Ora, lobistas conhecidos, famosos do setor portuário, que representam entre outras figuras o senhor Daniel Dantas, circulavam aqui em salas fechadas, em conversas nada republicanas." Dantas é sócio da empresa Santos Brasil, um dos principais terminais de contêineres do país. As declarações de Garotinho devem abrir uma apuração no Conselho de Ética. Alguns deputados já falam até na instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Portos.


Fonte: Jornal Valor Econômico

7 de maio de 2013

Expansão internacional traz vantagens para micro e pequenos

Driblar a concorrência e ganhar economia de escala são algumas das vantagens competitivas que as micro e pequenas empresas (MPEs) podem adquirir ao buscar a internacionalização para expandir os seus negócios.

Além da exportação, o pequeno empreendedor tem outros caminhos para atingir mercados de fora, que se tornaram mais acessíveis com a globalização.

Segundo a consultora de comércio exterior do Sebrae, Rose Mary Estacio, a internacionalização pode trazer benefícios para uma pequena empresa, como a compensação de oscilações do mercado interno e o aumento do ciclo de vida do produto.

"A internacionalização ajuda a empresa a enfrentar dificuldades internas, como crises econômicas e a forte concorrência", afirma.

Embora a exportação ainda seja o principal canal para a internacionalização, há outras possibilidades.

OPÇÕES

Estacio cita como exemplo de opções parcerias em joint ventures, transferências de tecnologia, representação, franquias e licenciamento.

Mas para decidir qual o melhor caminho para a expansão internacional é preciso um trabalho cuidadoso.

O primeiro passo é pesquisar. O objetivo é identificar em quais mercados o produto pode ter boa aceitação. Alguns sites como o do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), o Apex-Brasil e o Portal do Exportador trazem informações e números sobre diversos mercados.

A segunda etapa é o planejamento. O Sebrae mantém um programa de capacitação para internacionalização de MPEs. Além de palestras e workshops, oferece cursos e consultoria para auxiliar pequenos empresários a formular uma estratégia.

Outro ponto importante que o empresário deve ter em mente é a adequação do produto para o mercado externo. Detalhes como embalagem e design, além de atenção a diversas normas técnicas locais, são essenciais. A obtenção de certificados internacionais facilita e, em alguns casos, pode ser indispensável.

Uma barreira a ser considerada são os trâmites burocráticos locais. Nesse aspecto, paciência e persistência podem ser necessárias.

Foi o que percebeu o empresário André Krai. Em expansão no Brasil, sua empresa, a Container Ecology Store -um modelo de lojas instaladas em contêineres reaproveitados- atraiu investidores espanhóis.

"Ainda não tinha pensado em expandir para fora, mas aproveitei a oportunidade".

Com operações em Ibiza e em Barcelona, ele planeja atingir outras cidades espanholas e a Alemanha.

Krai afirma que o processo para liberação de documentos foi demorado no início, revelando uma burocracia tão grande como no Brasil.

Segundo ele, é essencial que o projeto esteja amadurecido para que o processo caminhe, já que os parceiros internacionais costumam ser exigentes. "Lá fora não tem 'jeitinho'. Ou está certo, ou não está", afirma Krai.



Fonte: UOL

6 de maio de 2013

Com preços em queda, importado afeta, de novo, a produção local


Com a estratégia de preços mais baratos, a importação voltou a tirar espaço da produção doméstica. A produção industrial do país decepcionou as expectativas e encolheu 0,5% no primeiro trimestre, diante do mesmo período de 2012, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na mesma comparação, o volume importado no primeiro trimestre avançou 8,1%.
Essa relação entre produção em queda ou fraca e importação forte foi disseminada na indústria na comparação entre o começo deste ano e início de 2012. Segundo dados da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), a quantidade importada de bens não duráveis subiu 10,8% no primeiro trimestre, enquanto a produção de bens semi e não duráveis recuou 3,9%. Nos intermediários, a importação subiu 5,1%, enquanto a produção caiu 0,8%. Bens de capital foram exceção, pois a importação subiu 7,1%, abaixo da produção, que ficou 9,8% maior, puxada por caminhões.
José Ricardo Roriz Coelho, diretor de competitividade da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), diz que a demanda interna não está crescendo muito, mas os importados chegam mais competitivos, com preço menor. "Isso acontece mais em segmentos de mão de obra intensiva, já que a pressão dos salários se mantém, e também na indústria de bens finais, porque os custos de produção internos se acumulam ao longo da cadeia."
Dados da Funcex mostram que os preços médios do total importado no primeiro trimestre caíram 1,5% em relação ao mesmo período de 2012. Com exceção de bens de capital, houve redução de preço em todas as categorias de produtos importados. Os não duráveis tiveram a maior queda, de 5%, enquanto os preços médios de duráveis recuaram 0,5%, e o dos intermediários, 1,4%.
O cruzamento de dados de produção com os de importação mostra que alguns segmentos sentiram mais a concorrência externa. No setor têxtil, a produção física caiu 7% no primeiro trimestre e houve alta de 10,7% no volume importado. O preço médio da mercadoria desembarcada caiu 4,8%. Vestuário teve queda de 7,1% de produção física, enquanto o volume importado cresceu 9,3% e o preço médio da mercadoria que veio de fora recuou 4,6%. A indústria farmacêutica produziu 9% menos, enquanto o volume de compras de fora teve elevação de 13,1%. Os preços médios de importação do segmento caíram 5,8%.
Em alguns dos setores em que o preço importado caiu, os preços domésticos subiram. O Índice de Preços ao Produtor (IPP), do IBGE, considerado um indicador que revela o preço pelo qual um produto sai da fábrica, mostra que os preços do itens têxteis estavam 4,1% mais caros em março passado em relação a março de 2012, enquanto no vestuário a alta foi de 4,9 % e nos farmacêuticos, de 2%.
"Com os estoques das indústrias mais equilibrados neste começo de ano, a única explicação que resta para haver setores com a produção caindo, mesmo com o consumo em alta, é a importação", afirma Rodrigo Nishida, analista da LCA Consultores. Na prática, isso significa que, depois de passar 2012 com estoques acumulados que inibiram a produção - no ano passado a produção industrial caiu 2,6% -, agora os estoques já foram desovados e a fabricação local já poderia ser retomada. Mas essa retomada está bem menos vigorosa do que se esperava.
"O produto nacional tem sido substituído pelo produto externo em um processo iniciado desde pelo menos 2009", diz o economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Rogério César de Souza. "Há a tese econômica de que as importações complementam a produção de um país quando ele está crescendo, mas o que justifica o 'pibinho' do ano passado com importações que continuaram fortes? Elas vieram para substituir o bem local", diz.
Luis Otávio Leal, economista-chefe do Banco ABC, diz que o consumo pega agora uma indústria desprevenida, que, com o mau ano em 2012, ficou sem investir - a formação bruta de capital fixo, que mede o investimento, teve uma queda de 4% no PIB do ano passado. "Como as empresas não estavam investindo em seu parque industrial, a oferta fica estável e, com isso, alguns setores acabam importando quando o consumo aumenta. A indústria não tem o produto e exige-se um tempo para que se faça essa transição para o aumento de produção", diz. O aumento simultâneo da produção e da importação de bens de capital pode ser um sinal de que a indústria, agora, voltou a investir.
Leal aponta ainda a estabilização do dólar na faixa de R$ 1,95 a R$ 2, ante perspectivas, em 2012, de até R$ 2,40. Isso emperrou o processo que começou a se esboçar de substituição das importações pela produção nacional, seja de bens finais, seja de insumos. "A queda do dólar torna as importações mais baratas e a questão não é nem o patamar em que está o câmbio, mas a perspectiva de que ele não vai mais subir", avalia.
"Está claro que no ano passado a política cambial tinha o viés de estimular a exportação e neste ano há uma preocupação maior com a inflação", diz Rodrigo Branco, economista da Funcex. Ao mesmo tempo, com a superoferta internacional e a falta de demanda doméstica, vários países adotaram políticas de estímulo à exportação, dando às indústrias de seus países condições de produtividade que permitem a redução de preços.
Dados mais recentes da balança comercial também mostram que as importações não devem ter freio rapidamente. Em abril, o total do valor importado pelo Brasil subiu 5,2%, considerando a média diária ante igual mês de 2012. O valor importado de intermediários subiu 7,2%, e o de bens de capital, 3,2%. Os bens de consumo duráveis tiveram queda leve, de 0,8% na média diária, mas os não duráveis tiveram elevação de 22,8%.
No mesmo critério, dentro dos não duráveis, se destacaram produtos alimentícios, com alta de 20,5%, além de farmacêuticos e vestuário, com elevações de 23,9% e 35,1%, respectivamente. Para José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), o desempenho dos não duráveis mostra consumo interno forte. Não o bastante para elevar a importação de duráveis, diz ele, mas suficiente para aumentar o desembarque de bens de menor valor agregado.
Além de contribuir para a elevação de importados, a desaceleração do mercado internacional, diz Souza, do Iedi, também atrapalha as exportações, o que contribui para o desempenho da produção abaixo do esperado. "As exportações da indústria tiveram queda de 5% no primeiro trimestre, e isso acaba dando respaldo para entender o que acontece na produção."

Fonte: Jornal Valor Econômico

3 de maio de 2013

Consumo em alta provoca déficit recorde na balança


Kristian Helgesen/BloombergConsumo em alta provoca déficit recorde na balança
O apetite do mercado consumidor brasileiro ajudou a criar um déficit recorde, de mais de US$ 6 bilhões no comércio exterior, no primeiro quadrimestre do ano, segundo dados divulgados dia 02/05/2013 pelo Ministério do Desenvolvimento. A queda nas exportações e o crescimento das importações de petróleo, principalmente devido ao aumento do consumo interno, foram decisivos para o mau desempenho da balança comercial, como explicou a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres.
À exceção dos automóveis, cujas importações caíram 22%, houve forte aumento das compras de bens de consumo, especialmente não duráveis, que aumentaram 23% em abril, comparadas a abril de 2012. A importação de produtos de toucador, como cosméticos, cresceu 55%, a de vestuário, 35%, e de produtos farmacêuticos, 24%.
Na soma total, apesar da queda de 4%, as exportações brasileiras, fortemente baseadas em commodities, só ficaram abaixo dos valores recorde dos dois anos anteriores, e estão bem acima do resultado de todo o resto da última década. Em abril houve ainda forte influência negativa da queda de 62% nas vendas de aviões, que os exportadores dizem ser "pontual", sem risco para o desempenho agregado do ano.
Com a evolução dos embarques de soja, a recuperação registrada no mercado para o minério de ferro e o bom desempenho de produtos como o açúcar, a tendência é de pequena melhora, apesar das quedas de preços de algumas commodities. Entre os cinco principais produtos básicos exportados pelo Brasil, que somam 60% do total das vendas desse tipo de mercadoria, o único a ter queda na exportação foi o petróleo - que teve menor produção com a manutenção de plataformas da Petrobras e ainda deixou de ser exportado para atender à demanda interna.
Sem considerar o petróleo, as vendas totais de básicos teriam registrado aumento de 13,8% em abril, comparado a abril de 2012, e não queda de 5,5%. Nas exportações de commodities importantes, o país compensou com maior volume as quedas no preço ou vice-versa: no primeiro quadrimestre, a queda de 1,7% na quantidade de minério de ferro exportado, por exemplo, foi minimizada pela pequena recuperação, de 3,5%, no preço. As exportações de milho cresceram mais de 400%.
Fonte: Jornal Valor Econômico

2 de maio de 2013

Brasil perde mercado nos maiores parceiros


A desaceleração ou a falta de recuperação dos mercados externos não é a única explicação para o fraco desempenho das exportações brasileiras, que caíram 7,7% no primeiro trimestre, ante igual período de 2012. Uma comparação entre a evolução da importação dos destinos mais importantes para o Brasil e a da exportação brasileira para os mesmos locais mostra que os produtos do país perderam fatia de mercado. Segundo analistas, o quadro resulta da alta dependência da pauta brasileira de exportação em relação às commodities e da falta de competitividade da indústria doméstica no mercado internacional.
Segundo dados da Organização Mundial do Comércio (OMC), a China aumentou as suas importações em 8,4% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com igual período do ano passado. A exportação brasileira para o país asiático, porém, teve queda de 2,2%. A China é o principal parceiro comercial do Brasil e responde por 15% das exportações do país. Na Argentina, a importação total no trimestre aumentou 5%, enquanto as exportações brasileiras para o país vizinho caíram 10,4%. Para o Chile, a tendência é a mesma e os números são parecidos: enquanto a importação total chilena cresceu 6,3%, a exportação brasileira para o país caiu 11,7%.
Para os Estados Unidos e União Europeia, há dados disponíveis somente até o primeiro bimestre. De janeiro a fevereiro, a importação americana total ficou estável, com crescimento de 0,14%. A exportação brasileira para os americanos, porém, caiu 25%. No mesmo período as importações da União Europeia originadas de países de fora do bloco caíram 2,6%. Os embarques brasileiros para a zona do euro também tiveram queda, mas muito mais alta, de 9,7%.
"Há o fraco desempenho da economia internacional. Mas a diferença nas variações mostra que o Brasil está perdendo fatia de mercado", diz Welber Barral, ex-secretário de comércio exterior. Para alguns países, como China, por exemplo, a evolução pode ser explicada pela alta de preços e demanda de commodities, os principais produtos que o Brasil exporta para o país asiático. "Para os Estados Unidos há a representatividade do petróleo. E para os manufaturados, há a falta de competitividade da indústria brasileira para exportar. Mas de qualquer forma, em todos esses casos, o Brasil está perdendo mercado."
Em relação à China, um dos grandes problemas é a alta concentração da pauta exportadora brasileira. Juntos, minério de ferro, petróleo e soja representaram no primeiro trimestre 79% do valor total embarcado pelo Brasil rumo ao país asiático. A alta de preços foi um dos principais componentes que elevaram o valor da exportação brasileira até 2011 e esse componente não promete ajudar muito neste ano.
O preço da soja está abaixo do que havia sido estimado para o mês de abril e o preço do minério de ferro também não deve, segundo economistas, subir muito em 2013. Com dependência dessas commodities na pauta exportadora, diz Barral, há poucas alternativa para compensar a perda com a venda de outros itens para a China que, mesmo tendo desacelerado mais do que se imaginava, elevou as importações durante o primeiro trimestre. A exportação para os Estados Unidos tem problema parecido. O petróleo responde por 20% da pauta de exportação do Brasil para os americanos e as vendas do óleo bruto caíram em razão da alta demanda do mercado doméstico e da falta de capacidade de elevação da produção interna.
Somente em março, os embarques totais de petróleo em bruto do Brasil caíram 33% na média diária em relação ao mesmo mês do ano passado. O desempenho do embarque de petróleo contribuiu para a queda de 20% nas vendas do Brasil aos americanos no primeiro trimestre. De novo, a falta de diversidade da pauta exportadora dificulta a reação dos embarques.
Rumo aos países da União Europeia, a exportação brasileira sofre com os preços das commodities e com a falta de reação dos manufaturados. Para o grupo dos produtos industrializados, diz Julio Gomes de Almeida, professor da Unicamp e ex-secretário de Política Econômica, o grande problema é a falta de competitividade da indústria de transformação brasileira. Até 2008, lembra ele, a economia internacional estava em crescimento e havia espaço para todos. No mercado pós-crise, porém, a concorrência aumentou com a superoferta resultante da desaceleração da economia mundial.
Esse novo ambiente, diz Barral, fez diversos países adotarem estratégias mais agressivas para aumentar a competitividade. "O Brasil, porém, ficou para trás. Temos apenas o Reintegra, que é uma medida sem continuidade e é mera compensação para o tributo acumulado na cadeia produtiva", diz ele, referindo-se ao incentivo fiscal que concede crédito equivalente a 3% do valor exportado.
O alto custo interno, diz o economista Silvio Campos Neto, da Tendências, está tirando o Brasil do processo de produção global. "E o câmbio já não é mais capaz de explicar o problema da competitividade do produto brasileiro", diz ele, lembrando que, apesar da perda de fatia do Brasil no mercado mundial, o nível cambial atual é mais vantajoso à exportação que o do início do ano passado.
Tradicional comprador de manufaturados brasileiros, a Argentina é um caso emblemático da dificuldade para exportar da indústria doméstica. Cerca de 90% do que o Brasil exporta para a Argentina é de manufaturados. As restrições colocadas pelo país vizinho para as importações foram parte da explicação para a queda de 20,8% nos embarques brasileiros aos argentinos em 2012, quando a exportação total brasileira caiu 5,3%. Os números do primeiro trimestre mostram, porém, que as importações totais feitas pela Argentina cresceram 5%. "A oportunidade tem sido aproveitada por países como China e Vietnã, mas não pelo Brasil", diz Barral.

Fonte: Jornal Valor Econômico