2 de agosto de 2010

Veículos de carga não podem circular pela Marginal Pinheiros e Bandeirantes. Multas só começarão a ser aplicadas em 30 dias.

de Juliana Cardilli



A restrição à circulação de caminhões na Marginal Pinheiros e nas avenidas
dos Bandeirantes e Jornalista Roberto Marinho começou nesta segunda-feira
(2) com pouca adesão, fiscalização e orientação nas duas primeiras vias, que
devem sofrer o maior impacto. O G1 percorreu toda a extensão da Avenida dos
Bandeirantes e o trecho da Marginal Pinheiros que será restrito aos veículos
de carga e encontrou pouca orientação aos motoristas - que não pareciam
muito preocupados com a nova medida.

Na Avenida dos Bandeirantes, em meio a um trânsito complicado - foram
necessários 40 minutos para percorrê-la de ponta a ponta no sentido Marginal
Pinheiros, o mais movimentado durante as manhãs - era possível ver um fluxo
de caminhões semelhante ao que circula na via desde a inauguração do Trecho
Sul do Rodoanel, que já retirou muitos caminhões das ruas da capital
paulista.

Caminhões não poderão mais circular nas três vias entre 5h e 21h de segunda
a sexta-feira, e aos sábados das 10h às 14h. Na Marginal Pinheiros, a
restrição é entre as pontes do Jaguaré e Morumbi. Nos primeiros 30 dias, não
haverá aplicação de multas, apenas orientação. A alternativa é seguir pelo
Trecho Sul do Rodoanel, inaugurado em abril.

"Hoje o trânsito está até pior, acho que é o fim das férias. Mas o número
de caminhões continua o mesmo, ninguém está respeitando, e não vi CET
também", disse o administrador Claudio dos Santos, que costuma circular pela
Avenida dos Bandeirantes diariamente.

A falta de interesse dos caminhoneiros em deixar a avenida ganha respaldo na
baixa fiscalização - apenas dois pontos da via tinham agentes de trânsito
nesta manhã. E apesar de a avenida ser cortada por diversos viadutos, só um
deles apresentava faixas orientando os caminhões a não circularem por ela
entre 5h e 21h - o viaduto João Julião da Costa Aguiar, já na região do
aeroporto de Congonhas.

Pela Marginal Pinheiros a situação era semelhante - diversos caminhões
circulavam pela via sem se importar com a nova restrição. Nos dois sentidos
da via não foram encontrados agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego
(CET) nesta manhã. A orientação por meio de faixas, entretanto, era melhor -
elas estavam em duas pontes, Eusébio Matoso e Cidade Jardim. Dois letreiros
luminosos, um em cada sentido, também explicavam a nova restrição.

faixa bandeirantesMesmo com faixa de orientação, caminhão não
respeita restrição na Avenida dos Bandeirantes
(Foto: Juliana Cardilli/G1)

"Vou tentar caminhos alternativos essa semana, mas já que ainda não está
multando não quis começar a semana sofrendo. Acho que o pessoal só vai
cumprir quando começar a multar", disse o caminhoneiro Paulo Roberto
Ferreira, de 44 anos.

No sentido Castello Branco da Marginal Pinheiros, nas proximidades da Ponte
Eusébio Matoso, um letreiro já orientava os motociclistas sobre a proibição
de motos na pista expressa da Marginal Tietê - medida que também entrou em
vigor nesta segunda, mas só passará a ser alvo de multas em 15 dias.

Por dia, 36 mil motos circulam pela Marginal Tietê. Nos últimos dois anos,
906 motociclistas morreram na via. A maior parte dos acidentes acontece
quando eles estão trocando de faixa. Com a mudança, a CET espera uma redução
de 40% no número de acidentes.


Outra mudança na Marginal Tietê é a velocidade máxima permitida para os
caminhões. As placas avisam aos motoristas que o limite diminuiu de 90 km/h
para 70 km/h na pista expressa.

CET
No início da manhã, o secretário municipal de Transportes, Marcelo Cardinale
Branco, afirmou acredita que a adesão a restrição será gradual - assim como
a fiscalização e a implantação de novos radares.

"A expectativa é de que com o anúncio na semana passada a gente tenha a
adesão de forma gradativa. Estamos instalando faixas nas vias principais de
acesso às vias que tiveram a restrição. Estamos nos comunicando com todas as
empresas de caminhões e VUCs cadastradas na cidade de São Paulo", explicou.

Segundo ele, a fiscalização será feita principalmente por meio dos 2,4 mil
agentes da CET que atuam na cidade. Radares que identificam as placas dos
veículos também serão instalados gradativamente. "Mas a idéia não é multar,
e fazer com que essas empresas utilizem as outras rotas, as rotas
alternativas."