21 de agosto de 2013

Tarifas do Porto de Santos serão reajustadas até dezembro

Congeladas há oito anos, as tarifas do Porto de Santos serão reajustadas até dezembro, anunciou o ministro dos Portos, José Leônidas Cristino, em sua recente visita à região, na semana passada. Também serão corrigidos os preços dos outros 17 complexos públicos administrados por companhias docas no País. 

A medida é defendida com vigor pela Codesp, a Autoridade Portuária de Santos, há pelo menos um ano. Em um estudo apresentado em 2012, caso os novos valores tivessem sido aprovados há dez meses, em outubro, a Docas previa um aumento de receita de R$ 153 milhões somente até o final deste ano. Esse capital seria usado em obras de infraestrutura. Com o atraso, pelo menos R$ 75 milhões já foram comprometidos.

Além de manter os serviços administrativos da Companhia Docas, as tarifas portuárias custeiam a manutenção das condições de navegação e o balizamento do canal de acesso, desde a entrada do estuário até os berços de atracação. As redes e os sistemas de água, luz, telefone e segurança na área do cais também são pagos com essa arrecadação.

O reajuste das tarifas do Porto se tornou uma prioridade para a diretoria-executiva da Codesp no ano passado. Apesar do esforço, o plano de correção, que previa um aumento médio de 58,3%, não saiu do papel. O percentual seria dividido em três parcelas. 

Em julho de 2012, após passar pelo Conselho de Autoridade Portuária (CAP), o projeto de reajuste das tarifas foi encaminhada à Brasília. Na capital federal, o material teria de receber o aval do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, da Secretaria de Portos (SEP) e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). 

Questionado por A Tribuna sobre a demora na análise do plano de correção, o ministro dos Portos destacou a necessidade de se elaborar uma ação nacional de reajuste para todos os portos públicos organizados. "O Governo estuda um procedimento uno para todos os portos do Brasil, principalmente os 18 portos que são de responsabilidade direta, através das companhias docas. Se a gente liberar agora, sem uma unidade e sem um estudo prévio e com parâmetros que nós defendemos, pode ficar uma coisa defasada e complicada", afirmou Cristino, sem mencionar quais são esses parâmetros.

Segundo o ministro, a SEP estuda com a Antaq quais os procedimentos de cálculos para liberar os reajustes de tarifas de outros portos. Paranaguá (PR), Fortaleza (CE) e Rio de Janeiro (RJ) estão entre os complexos portuários que solicitaram o estudo.

Motivo

A intenção do Governo Federal de reduzir os custos da movimentação portuária pode estar por trás da lentidão na análise do reajuste tarifário. A possível justificativa é comentada por pessoas ligadas à Presidência da República desde a publicação da Medida Provisória 595, em dezembro do ano passado. O texto deu origem à Lei 12.815/2013, a nova Lei dos Portos. 

Toda a legislação tem como princípio a redução de custos no setor. E é exatamente por esse motivo que fontes ouvidas por A Tribuna acreditam que o percentual pedido pela Autoridade Portuária no ano passado - 58,3%, dividido em três vezes - não será autorizado pela SEP.

Plano

Conforme reportagens publicadas em A Tribuna em julho do ano passado, a Codesp pretendia ter suas tarifas reajustadas - mesmo que por um percentual inferior ao requisitado - em 1º de outubro último. Nessa data, haveria um aumento médio de 25,2% nas tabelas tarifárias. Essa correção aumentaria a receita da Docas, até o final deste ano, em cerca de R$75 milhões. 

Pela proposta da estatal, um segundo aumento - dessa vez de 12,5% - ocorreria apenas em 1º de janeiro de 2014. E o terceiro e último reajuste ficaria para 1º de novembro do mesmo ano. Nesse caso, o acréscimo somente seria implantado com a conclusão da dragagem de manutenção de berços e bacias de evolução, serviço que irá retirar um total de 8 milhões de metros cúbicos de sedimentos em um período de dois anos.
 

13 de agosto de 2013

No mês, exportação recua e importação sobe

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 593 milhões nas duas primeiras semanas de agosto, com US$ 6,777 bilhões em exportações e US$ 6,184 bilhões em importações no período, segundo dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. No ano, a balança comercial registra déficit de US$ 4,396 bilhões.
As exportações brasileiras recuaram 0,5% no acumulado do mês até a segunda semana de agosto, enquanto as importações apresentaram alta de 6%. Para fazer a comparação, o ministério calcula média do que o país vendeu ao exterior e do que foi importado por dia útil de cada período. Isso foi feito tanto para o acumulado deste mês como para todo mês de agosto do ano passado.
A média diária de US$ 968,1 milhões nas exportações até a segunda semana do mês é 0,5% inferior à média diária de US$ 973,1 milhões dos embarques realizados em todo o mês de agosto de 2012. Essa queda é explicada pelo menor embarque de produtos manufaturados e semimanufaturados. Houve aumento nas exportações de bens básicos.
As exportações de produtos básicos subiram 6,7%, passando dos US$ 469,1 milhões da média diária de agosto de 2012 para um total de US$ 500,4 milhões no acumulado deste mês. O resultado foi puxado, principalmente, por minério de cobre, soja em grão, bovinos vivos e carne de frango, bovina e suína.
No caso dos semimanufaturados, a média recuou 6,8%, passando de US$ 130,7 milhões em agosto de 2012 para US$ 121,8 milhões no acumulado deste mês. O resultado se deve ao menor embarque de semimanufaturados de ouro, ferro-ligas, óleo de soja em bruto, ferro fundido e alumínio em bruto.
Os manufaturados apresentaram queda de 7,4% na comparação entre média diária no acumulado deste mês (US$ 329,4 milhões) com agosto do ano passado (US$ 355,7 milhões). As maiores baixas foram registradas nas vendas de aviões, motores e geradores, veículos de carga, laminados planos, óleos combustíveis, bombas e compressores, pneumáticos e autopeças.
Na outra ponta, as importações subiram 6% até a segunda semana de agosto -média diária de US$ 883,4 milhões - ante US$ 833 milhões em agosto do ano passado. Nessa comparação cresceram os gastos com veículos, cereais e produtos de moagem, combustíveis e lubrificantes, farmacêuticos, cobre e suas obras, instrumentos de ótica e precisão, borracha e obras, equipamentos mecânicos e plásticos.

Fonte: Jornal Valor Econômico

Média de exportação cresce em agosto ante julho

A média diária das exportações brasileiras cresceu 7% nas duas primeiras semanas de agosto na comparação com julho deste ano, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
O resultado se deve ao crescimento das vendas de semimanufaturados (+16,6%) e básicos (+15,3%). As exportações de manufaturados caíram 4,5%.
Nas importações, a média diária foi 10,5% inferior ao resultado de julho/2013. Houve queda, principalmente, em combustíveis e lubrificantes (-52,4%), instrumentos de ótica e precisão (-4,9%), aparelhos eletroeletrônicos (-4,6%) e siderúrgicos (-2,1%).
Em relação a agosto de 2012, as exportações recuaram 0,5%, em razão da queda das exportações de produtos manufaturados (-7,4%), principalmente aviões, motores e geradores, veículos de carga, laminados planos, óleos combustíveis, bombas e compressores, pneumáticos e autopeças.
Houve ainda recuo nas vendas de semimanufaturados (-6,8%), com destaque para ouro semimanufaturado, ferro-ligas, óleo de soja em bruto, ferro fundido e alumínio em bruto.
Por outro lado, cresceram as vendas de produtos básicos (+6,7%), principalmente de minério de cobre, soja em grão, bovinos vivos e carne de frango, bovina e suína.
Nas importações, em relação ao mesmo mês do ano passado, houve alta de 6% na média diária. Aumentaram as compras de cereais e produtos de moagem (+33,0%), combustíveis e lubrificantes (+26,5%), farmacêuticos (+18,9%), cobre e suas obras (+15,7%), instrumentos de ótica e precisão (+15,2%), borracha e obras (+11,5%), equipamentos mecânicos (+10,5%) e plásticos e obras (+15,3%).

Fonte: Revista Exame (Editora Abril)

12 de agosto de 2013

Comércio exterior da China tem alta vigorosa e gera otimismo

As exportações e importações da China cresceram vigorosamente em julho, reforçando a confiança em uma estabilização da economia do país, após um primeiro semestre instável. As exportações aumentaram 5,1% sobre o mesmo período do ano passado, recuperando-se de uma queda de 3,1% em junho. As importações cresceram 10,9%, depois de uma queda de 0,7% em junho.
Os dois números ficaram bem acima das expectativas, apontando para uma estabilização das perspectivas de crescimento, depois de uma grande desaceleração das exportações e importações nos meses anteriores. O grande salto nas importações foi particularmente notável, por ser uma indicação de que a economia chinesa está resistindo bem.
"A demanda doméstica mais forte por investimentos claramente contribuiu para a reação das importações em julho, conforme demonstrado pelo maior volume importado de bens de investimentos e matérias-primas", disse ontem Wang Tao, economista do UBS.
Nas últimas semanas, o governo chinês intensificou o apoio à economia com uma série de pequenas medidas direcionadas, que incluíram o cancelamento temporário de impostos para pequenas empresas. Preocupada com a deterioração das exportações, Pequim anunciou em julho que iria também cancelar algumas taxas aduaneiras de inspeção e simplificar os procedimento de aprovação.
Liu Ligang, economista do ANZ, disse que a China também está pegando carona na situação internacional. "A melhoria da confiança do consumidor nos EUA e na Europa pode estar ajudando", acrescentou ele. Além disso, há alguns sinais de que a zona do euro poderá sair da mais longa recessão de sua história no segundo semestre.
As importações chinesas à Alemanha, o maior parceiro comercial da China na União Europeia, cresceram 8,6% em junho, sobre o mesmo período do ano passado, enquanto as exportações para a Alemanha caíram 0,9%.
Mas num sinal de que a recuperação ainda é frágil, a própria Alemanha emitiu sinais contraditórios, com as exportações totais crescendo 0,6% em junho, em comparação a maio, enquanto que as importações totais caíram 0,8% sobre o mesmo período.
Ao mesmo tempo em que anunciou uma série de pequenas medidas para incentivar o crescimento, Pequim recusou pedidos para estímulos mais agressivos. Também surpreendeu observadores ao permitir a continuidade da valorização do yuan em comparação ao dólar, contra o qual a moeda chinesa registrou sucessivos patamares recordes de alta nesta semana. A moeda mais forte dificulta a concorrência dos exportadores com outros países, mas o governo acredita que isso os estimulará a ingressar em áreas de negócios mais inovadoras e de maior valor.
A política cambial reflete o que muitos analistas e investidores veem como o compromisso do governo de implementar reformas difíceis, mesmo que isso signifique a imposição de medidas dolorosas no curto prazo.
Mas Shuang Ding, um economista do Citigroup, acredita que o governo chinês em breve vai interromper a valorização do yuan, uma vez que o foco está mudando para um maior apoio ao crescimento. "Acreditamos que o espaço para valorização é limitado", afirmou ele.
O crescimento da economia chinesa caiu para 7,5% no segundo trimestre e muitos analistas estão prevendo que ela caminha para uma desaceleração maior neste terceiro trimestre.
A China divulgará um grande número de indicadores econômicos hoje, que vão da inflação à taxa de investimentos e fornecerão um quadro bem mais detalhado de como a economia se saiu em julho.
Até agora, os sinais são contraditórios. O índice oficial dos gerentes de compras ficou em território expansionista, um desempenho melhor que o previsto. Mas uma pesquisa parecida feita pelo HSBC mostra uma queda para o menor patamar em 11 meses.
Após tirar dinheiro do sistema financeiro em junho e desencadear um aperto de caixa, o banco central vem promovendo injeções de liquidez de curto prazo.


Fonte: Jornal Valor Econômico

9 de agosto de 2013

Escassez de dólares na Venezuela prejudica exportações do Brasil

As dificuldades econômicas enfrentadas pela Venezuela estão afetando o comércio com o Brasil. O país petroleiro, que importa 70% dos alimentos que consome, enfrenta neste ano uma grave escassez de divisas, o que se reflete em um freio nas importações e, internamente, em falta de produtos básicos e em uma alta generalizada de preços.
As exportações brasileiras para a Venezuela entre janeiro e julho somaram US$ 2,324 bilhões, 15% a menos do que os US$ 2,758 bilhões registrados no mesmo período do ano passado, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). Em 2012, a Venezuela foi responsável pelo terceiro maior superávit comercial do Brasil com seus parceiros no mundo, de US$ 4 bilhões e só atrás da China e da Holanda.
Os números deste ano incluem a venda de seis aviões da Embraer para a estatal Conviasa, um negócio de US$ 271 milhões. Sem essa venda, contando apenas com setores mais tradicionais, como alimentos e medicamentos, a queda teria sido ainda mais drástica - de 25%, para US$ 2,053 bilhões.
Mas analistas afirmam, que esse fenômeno não se restringe ao comércio com o Brasil. Pelo contrário, eles veem nos dados do governo brasileiro mais um sinal da brusca queda esperada para as importações totais. O nível recorde de US$ 59 bilhões de 2012 deve cair para menos de US$ 50 bilhões neste ano.
No ano passado, o ex-presidente Hugo Chávez fez um grande esforço para evitar uma alta da inflação e a escassez de alimentos nos meses que antecederam a eleição presidencial de 7 de outubro. Assim, abriu os cofres para obras públicas, programas sociais e importações de produtos básicos.
As importações dispararam em 2012, enquanto a tradicional escassez de produtos foi atenuada. E a inflação fechou 2012 em 20,1%, patamar considerado baixo para os padrões venezuelanos.
A fatura, porém, chegou neste ano. Em meio à agonia de Chávez, que viria a morrer em 5 de março vítima de um câncer, o governo foi obrigado a promover um mini ajuste fiscal, com a desvalorização do bolívar de 4,30 para 6,30 por dólar - o câmbio é controlado no país -, o que por si só já encareceu os produtos importados.
A escassez de divisas fez disparar o dólar paralelo. Em outubro, a moeda era vendida por cerca de 12 bolívares nas ruas de Caracas. Ontem, segundo sites venezuelanos, passava de 34 bolívares.
Neste ano, os importadores começaram a se queixar do atraso na entrega de divisas por parte do governo para pagar seus fornecedores no exterior, inclusive os brasileiros. O problema foi atenuado com leilões governamentais de dólar, mas ainda em nível insuficiente para garantir um pleno abastecimento. "A falta de dólares golpeou sobretudo os importadores privados", diz o economista venezuelano Jesús Casique. "O governo consegue importar produtos que considera prioritários, mas a escassez é grande e a inflação disparou."
O índice de escassez medido pelo Banco Central atingiu em maio o nível recorde de 21,3%. Cedeu um pouco nos últimos meses, mas ainda está em níveis elevados, em 19,3%. Ou seja, um em cada cinco produtos está em falta nas prateleiras dos supermercados.
Nos sete primeiros meses do ano, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) já atingiu 29%, contra 8,6% no mesmo período de 2012. Analistas são unânimes em afirmar que o IPC fechará o ano acima de 40%. Alguns já falam em 50%.
Para o economista Luiz Pinto, pesquisador visitante da Columbia University, em Nova York, a Venezuela vive uma situação de deterioração econômica que tende a se aprofundar nos próximos anos. Isso decorre, em grande parte, da dependência dos venezuelanos em relação às exportações de petróleo, responsáveis por 96% dos dólares que entram no país. "Há desequilíbrios muito grandes que só têm como ser mantidos com um petróleo nos patamares atuais, a US$ 108. Mas a tendência é que o preço não se mantenha nesse nível", diz.




Fonte: Jornal Valor Econômico

Em dia de alívio externo, dólar e juros caem

Em um dia de bom humor nos mercados, com uma recuperação dos ativos de risco, o dólar cedeu mais de 1% em relação ao real e as taxas de juros futuros recuaram na BM&F. O dólar comercial deixou a casa de R$ 2,30 e fechou a R$ 2,287, recuando 1,17%, maior queda percentual diária ante a moeda brasileira em três semanas.
A presença mais firme de exportadores desde o início da sessão e o viés global de queda do dólar explicam a desvalorização da moeda americana. Além disso, o real foi amparado por dados fortes do comércio exterior da China. Isso aliviou as preocupações com uma desaceleração mais forte do gigante asiático, o que impulsionou as moedas de países exportadores de commodities, como o Brasil.
O movimento de fortalecimento do real foi reforçado por um leilão de venda de swap cambial tradicional realizado pelo Banco Central (BC). A venda desses papéis funcionou como uma "injeção" de US$ 631 milhões no mercado de dólar futuro. Segundo especialistas, ao realizar a operação de venda de swaps mesmo com o dólar em queda, o BC tentou aproveitar o ambiente global propício para provocar um recuou mais acentuado da moeda americana em relação ao real. Isso combina com os esforços para atenuar o repasse da alta recente do dólar à inflação, aliviando, assim, a pressão sobre os preços.
Para o gestor de renda fixa e câmbio da Appia Capital, Jorge Knauer, o recuo do dólar, contudo, tende a ser temporário. "O mercado tem aproveitado as quedas [da moeda americana] para comprar depois mais barato. Isso porque, se há uma tendência para o dólar, ela é de alta", afirma Knauer.
Mesmo que temporária, a queda da moeda americana abriu espaço para um recuo das taxas embutidas nos principais contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) na BM&F. O dólar é uma da variáveis mais importantes neste momento para o mercado de juros futuros. Isso porque o BC já deixou claro que a política monetária será conduzida para evitar que haja repasse cambial da alta do dólar para a inflação. Dessa forma, as oscilações da moeda americana em relação ao real têm determinado, em grande parte, a direção dos mercados de juros futuros.
A taxa do DI com vencimento em janeiro de 2014 - que reflete as expectativas para a trajetória da taxa básica de juros (Selic) até o fim do ano - caiu pelo segundo pregão seguido. Fechou a sessão em 8,87% (ante 8,89% anteontem). Mais líquido do dia (387,6 mil contratos negociados), o DI com vencimento em janeiro de 2015 fechou a 9,63% (ante 9,66% da véspera). Segundo operadores e estrategistas de renda fixa, mesmo com o alívio de ontem, os juros futuros ainda embutem a perspectiva de que a Selic (hoje em 8,50% ao ano), será elevada em pelo menos mais 1 ponto percentual, para 9,50% ao ano.
Com o aumento do apetite por risco, os DIs mais longos também recuaram. O contrato com vencimento em janeiro de 2017 - mais ligado ao ambiente externo - fechou a 10,82% (ante 10,87%). Contribuiu para a redução de prêmios nos juros futuros longos domésticos o declínio do retorno dos títulos do Tesouro americano. A taxa do papel de 10 anos, referência para os negócios de renda fixa em todo o mundo, encerrou o dia abaixo da casa de 2,60%.

Fonte: Jornal Valor Econômico

8 de agosto de 2013

Dólar bate nova máxima em mais de quatro anos

O dólar comercial voltou a registrar firme alta ontem e cravou nova máxima em mais de quatro anos ante o real. O movimento, consolidado durante o período da tarde, replicou o que se observou no mercado internacional, com a moeda americana ganhando valor ante outras divisas emergentes. Parte dos agentes também recompôs suas posições em dólar, após a queda que se viu pela manhã.
No fechamento, o dólar comercial subiu 0,65%, a R$ 2,314, renovando o maior patamar de encerramento desde 31 de março de 2009, dia em que terminou cotado a R$ 2,318.
A incerteza com o cenário doméstico e com o rumo da política monetária americana levou o Credit Suisse a piorar sua previsão para o real em relação à moeda americana. O banco suíço prevê agora que a taxa de câmbio brasileira termine este ano em R$ 2,30 por dólar, ante estimativa anterior de R$ 2,10, e encerre 2014 cotada a R$ 2,40 (previsão anterior de R$ 2,20).
"Reconhecemos que é impossível descartar a possibilidade de um real mais depreciado caso o processo de eliminação do 'quantitative easing' seja acelerado", afirma em relatório a equipe de pesquisa do banco, chefiada por Nilson Teixeira.
Os dados sobre o fluxo cambial divulgados pelo Banco Central não chegaram a interferir nos preços. Os números mostraram uma recuperação das entradas de recursos na semana passada. Essa melhora foi proporcionada pelas operações comerciais, com os exportadores aproveitando a alta do dólar para fechar parte dos contratos de câmbio. A conta financeira, por outro lado, deu sinais de fraqueza, num movimento que sugere uma inconsistência das entradas, em meio à piora constante na perspectiva para a economia.
A despeito do cenário ainda envolto de incertezas, a visão geral de profissionais consultados é de que o fluxo cambial tende a melhorar nos próximos meses. No entanto, a expectativa não inclui saldos mensais robustos, dada a volatilidade que tende a permanecer nos mercados financeiros em geral.
Entre os dias 29 de julho e 2 de agosto, o fluxo cambial geral ficou positivo em US$ 1,106 bilhão, duas vezes e meia o saldo positivo apurado na semana anterior (US$ 440 milhões).
Esse desempenho decorreu de ingressos de US$ 1,55 bilhão pela conta comercial. Na semana anterior, essa conta havia registrado déficit de US$ 949 milhões. Já do lado financeiro, houve saldo negativo de US$ 444 milhões, em comparação a um superávit de US$ 1,389 bilhão na semana anterior.
Em julho, o fluxo cambial ficou negativo em US$ 1,447 bilhão. Esse déficit é menor que o registrado em junho (-US$ 2,636 bilhões), mas pior que o registrado um ano antes, quando houve superávit de US$ 942 milhões.
O diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues, afirma que, depois que a moeda americana bateu R$ 2,30, na semana passada, muitas empresas começaram a intensificar o fechamento de contratos de exportação, apressando-se para garantir um ganho entre 9% e 12%, já que trabalhavam com um dólar na faixa entre R$ 2,05 e R$ 2,10 no início do ano.
"Na dúvida e antes que o governo anuncie alguma medida para baixar o dólar, as exportadoras estão fechando contratos com a moeda por volta de R$ 2,30. Isso deve continuar pelo menos neste mês", diz.
Do lado da conta financeira, Rodrigues vê um cenário mais cauteloso. "Tem entrado dinheiro para renda fixa, mas esse movimento não deve continuar no mesmo ritmo nos próximos meses, ainda mais se os Estados Unidos concretizarem a redução das compras de ativos por lá", afirma o executivo.
No balanço desses fatores, o fluxo deve permanecer ligeiramente positivo e dar "folga" para os bancos, que não precisariam, dessa forma, tomar linhas externas para suprir a necessidade de dólares de seus clientes. Esse cenário também reduziria uma eventual necessidade de o Banco Central ofertar dólares à vista.
Levando-se em conta o fluxo dos dois primeiros dias de agosto, que foi positivo em US$ 509 milhões, é possível estimar que os bancos terminaram a semana passada com posições compradas em dólar à vista de US$ 2,184 bilhões. O número representa uma melhora em relação ao estoque de US$ 1,675 bilhão com o qual os bancos fecharam o mês de julho.



Fonte: Jornal Valor Econômico

7 de agosto de 2013

Déficit comercial cai com exportação recorde e eleva otimismo nos EUA

O déficit comercial americano teve uma queda acentuada em junho, com um volume recorde de exportações, o que elevou o otimismo do governo Barack Obama e de analistas em relação ao crescimento econômico do país.
O saldo negativo entre exportações e importações caiu 22,4% no período, de US$ 44,1 bilhões em maio para US 34,4 bilhões, segundo o Departamento de Comércio. Analistas ouvidos pela agência Bloomberg previam um déficit comercial de US$ 43 bilhões. Ajustado pela inflação, o déficit comercial caiu 17% de um mês para o outro, para US$ 43,2 bilhões, menor nível desde janeiro de 2010.
As exportações subiram 2,2%, o maior salto desde setembro de 2012, chegando ao nível recorde de US$ 191,2 bilhões. Destacam-se na pauta de exportações americanas motores para aviões, equipamentos de telecomunicação, máquinas e produtos agrícolas.
Por outro lado, os americanos compraram menos produtos estrangeiros, como telefones celulares e outros bens de consumo, o que resultou em queda de 2,5% nas importações, a US$ 225,4 bilhões.
O governo americano celebrou os dados, sobretudo os relativos à exportação. "Hoje, nós vendemos mais produtos americanos para o resto do mundo do que nunca", disse a secretária de Comércio dos EUA, Penny Pritzker.
Analistas também comemoraram, dizendo que terão agora de revisar para cima suas projeções para o PIB americano. "A surpresa de hoje implica uma significativa revisão do PIB para o segundo trimestre", disse Laura Rosner, economista do BNP Paribas em Nova York. "Nosso cálculo sugere uma revisão para cima de 0,8 ponto percentual em nossa estimativa de crescimento para o segundo trimestre, que está agora em 2,5%."
Outro dado positivo foi o medido pelo instituto ISM para o setor de serviços, que saltou de 52,2% para 56% em julho, refletindo um aquecimento nos negócios. Números acima de 50% indicam expansão da atividade.


Fonte: Jornal Valor Econômico


6 de agosto de 2013

Tarifas de importação de insumos básicos serão reduzidas

São 14 setores abrangidos pela medida entre produtos siderúrgicos, químicos e têxteis, derivados de petróleo, material de transporte, vidros e artigos de borracha e plástico. Segundo Mantega, a decisão visa gerar maior competitividade no mercado dos insumos e permitir que a indústria de importação os obtenha a custo mais baixo. “A medida tem tendência deflacionária, de reduzir preços. Ou as indústrias que produzem no Brasil baixam preços ou haverá problema”, apontou.
 
O ministro afirmou que a renovação do aumento de tarifas de importação dos cem produtos que integram a lista não é mais necessária, pois a indústria brasileira já se mostra forte. “Nossa realidade cambial mudou, com o dólar valorizado não faz sentido manter a elevação de tarifas de importação. Temos condições de retomar as alíquotas anteriores, a indústria se fortaleceu e agora pode enfrentar a concorrência maior, que virá com a redução das alíquotas”, explicou.
 
Durante o anúncio, Mantega ressaltou que a medida ajuda a diminuir o impacto do câmbio na inflação, citando o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgado também nesta quinta-feira. “A inflação está sob controle. O último IPC-S mostra uma inflação negativa, abaixo de zero. Quase todos os itens estão negativos, a inflação está caindo para um patamar baixo”, afirmou.
 
Histórico
 
Em setembro de 2012, o governo elevou o imposto de importação de insumos básicos com o objetivo de garantir a competitividade do produtor brasileiro no mercado interno. “Tínhamos a expectativa de dar tempo para a indústria brasileira se fortalecer em relação aos concorrentes”, disse Mantega.

Fonte: UOL

5 de agosto de 2013

Embarques do país deverão aumentar em 2013

As exportações brasileiras de suco de laranja somaram 149,6 mil toneladas e renderam US$ 155,5 milhões em julho, segundo levantamento divulgado ontem pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Secex/Mdic). Em relação a junho, o volume cresceu 8,5% e o valor dos embarques subiu 0,8%. Na comparação com julho do ano passado, contudo, o volume recuou 26% e a receita registrou baixa de 27,2%.
Com a retomada de julho e o ritmo mais acelerado das vendas ao exterior nos primeiros cinco meses do ano, com destaque para o crescimento dos embarques aos Estados Unidos, a tendência é que o resultado anual seja positivo para as exportações. Em 2012, foram 1,097 milhão de toneladas, 5% menos que em 2011, que renderam US$ 2,276 bilhões, uma queda de 4,2% na mesma comparação.
As adversidades climáticas e fitossanitárias que prejudicam a produção na Flórida têm colaborado para o aumento das exportações brasileiras que deverá dar o tom neste ano. Nos últimos meses, os problemas no Estado americano, que reúne o segundo maior parque citrícola do mundo - menor apenas que o paulista - têm oferecido suporte às cotações internacionais do suco.
Na bolsa de Nova York, os contratos futuros de segunda posição de entrega do suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês), encerraram julho com cotação média mensal 2,54% inferior à de junho. Mas em relação à média de julho de 2012, houve um aumento de 20,2%, conforme o Valor Data.
Ontem, os papéis com vencimento em novembro encerraram a sessão negociados a US$ 1,4490 por libra-peso, com uma valorização de 80 pontos em relação à véspera. Analistas notaram que a valorização do dólar chegou a provocar a queda das cotações, mas que o risco de que tempestades tropicais ainda afetem pomares na Flórida prevaleceu e houve a alta.
Apesar de o mercado de suco estar relativamente sustentado, os preços pagos pelas indústrias exportadoras do produto brasileiro (Cutrale, Citrosuco/Citrovita e Louis Dreyfus Commodities) seguem abaixo dos custos de produção, já que os estoques continuam elevados após duas supersafras seguidas nas temporadas 2011/12 e 2012/13.


Fonte: Jornal Valor Econômico

Governo avalia novos cortes em tarifas de importação

Após anunciar que não renovará a lista de cem produtos com tarifas de importação elevadas desde o ano passado, e informar que jogou no lixo a lista adicional de mais cem autorizada no Mercosul, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e seus auxiliares pensam em retirar, da lista de Exceções da Tarifa Externa Comum do Mercosul (TEC), outros insumos industriais - cerca de 40 - que têm, no Brasil, tarifa acima da praticada por outros sócios do bloco. Estudos do governo mostram que essas medidas têm efeito limitado na inflação, mas ajudam a aumentar a competitividade da indústria.
"Não posso negar que a gente tem estudado [a retirada de insumos com tarifas mais altas da lista de exceções da TEC], mas não temos decisão final nem estudos completos ainda", confirmou para a coluna o secretário de Política Econômica, Márcio Holland. Segundo membros da equipe econômica, Mantega tinha expectativa de que a saída de insumos industriais das listas de aumento de tarifa tivesse impacto na taxa de inflação. Estudos disponíveis no Ministério do Desenvolvimento mostraram que não.
Há quem diga, no governo, que ainda há esperanças, no ministério, de dar uma ajuda à queda da inflação com essa medida. O fato é que mudou a postura do governo em relação às barreiras às importações. Contra economistas que lamentam a desnacionalização de elos da cadeia produtiva, e indústrias que dizem ainda sofrer implacável concorrência estrangeira, o governo defende a redução de tarifas como mecanismo para aumentar a competitividade.
Objetivo é elevar a competitividade da indústria
É significativo que o anúncio de queda de tarifas tenha ocorrido, semana passada, no mesmo dia em que o governo anunciava um déficit recorde no comércio exterior (o que poderia levar a um movimento contrário, de aumento do protecionismo). Mantega sequer esperou, para o anúncio, a reunião da Camex, órgão interministerial que, oficialmente, é quem toma decisões do tipo.
Não consultou o Itamaraty e nem esperou a volta a Brasília do ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, representado, no anúncio, por seu secretário-executivo, Ricardo Shaeffer. O ministro parece ter pressa para sinalizar ao setor privado sua nova estratégia para estimular investimentos.
"Há claramente forte redução de custos industriais em setores que nem pensávamos em considerar, como têxtil e calçados, até por causa da embalagem", disse Holland, baseado em análises de matriz insumo-produto da equipe econômica.
Ele argumenta que as medidas de apoio à indústria, como o financiamento favorecido à compra de bens de capital e a desoneração das folhas de pagamento e do PIS-Cofins, combinaram-se à desvalorização do real para criar uma nova situação, bem mais favorável às empresas de resinas plásticas e aço, entre outras que perderam a proteção tarifária adicional.
"As empresas, no setor químico, no aço, no alumínio, mostram resultados bons, não havia necessidade de continuar [a lista de tarifas elevadas]", diz Holland. Como Mantega, ele insiste que a influência sobre os índices de inflação "não é motivação central". Mas espera efeito positivo na redução de custos das empresas que usam esses insumos, aliviando pressões de preço.
Estudos disponíveis no governo mostram que, apesar das tarifas mais altas, a participação das importações no consumo aparente continuou nos mesmos patamares em muitos setores, como fiação e fibras têxteis (acima de 18,5% de importados no consumo aparente), produtos de material plástico (mais de 1,6%) e metalúrgicos não ferrosos (cerca de 2,4%). Até subiu bastante em alguns, como partes para calçados (de 16% para 27%) e mídias virgens, magnéticas e óticas (de 8% a 19%).
Ajudadas também pelo fim da guerra dos portos, pela qual Estados subsidiavam importações para atrair movimento comercial, caíram bastante as importações de resinas e elastômeros (de 10% para 8,4%), produtos de borracha (de 9% para 3%), tubos de aço, exceto sem costura (de 3,4% para 0,8%), bens de capital para extração mineral ou construção (de 8% para 5%), e químicos orgânicos (0,24% para 0,09%).
Segundo estudo que chegou ao Ministério do Desenvolvimento, o impacto na inflação, e no PIB, das reduções recém-anunciadas é baixo: uma inflação de 6% em 12 meses cairia, na melhor das hipóteses, para 5,97%; o PIB ganharia acréscimo de alguns pontos na segunda casa decimal.
A inclusão, em estudo, de novos itens da lista de exceções da TEC não melhoraria muito o quadro, mas o efeito em redução de custos, para certos setores industriais, é notável: prevê-se um corte de quase 5% nos custos da indústria têxtil, em torno de 3,5% para máquinas, aparelhos e materiais elétricos e aparelhos e instrumentos médico-hospitalares.
O outro lado das medidas é o impacto nos setores que perderam proteção. A simulação obtida por esta coluna aponta uma queda na atividade de 4% para artigos de borracha, 7,6% para resinas e eslastômeros e 4,7% para produtos químicos, entre outros. Dados que são vistos com desconfiança no Ministério da Fazenda.
As empresas se movimentam para voltar à lista de exceções. Para o consultor Welber Barral, da Barral M Jorge Associados, o anúncio do governo foi "precipitado". "Há situações distintas de mercado, setores ainda sob concorrência predatória que não afetam a inflação", diz Barral, ex-secretário de Comércio Exterior. "Se reduzissem paulatinamente as tarifas, teriam gerado menor imprevisibilidade e garantiriam investimento nesses setores, que agora enfrentam um mercado incerto".
Holland garante que o governo avaliará "com sensibilidade" os impactos das medidas e as demandas dos empresários. Não devem sobrar assentos para executivos nos voos para Brasília.

Fonte: Jornal Valor Econômico

2 de agosto de 2013

Sem intervenção do BC, dólar supera os R$ 2,30

A manutenção da política monetária acomodatícia dos bancos centrais europeus e o anúncio de dados positivos sobre a economia americana levaram o dólar a ganhar força frente às principais moedas e impulsionaram a alta do rendimento dos títulos do Tesouro americano. O mercado doméstico acompanhou o movimento global e a moeda americana fechou acima de R$ 2,30, sustentando o maior patamar em quatro anos, enquanto as taxas dos contratos futuros de juros fecharam no nível mais alto desde o início de julho.
Sem a intervenção do Banco Central no mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em alta de 0,88%, a R$ 2,3020, maior patamar desde 31 de março de 2009.

O movimento do câmbio no mercado doméstico acompanhou a valorização da moeda americana lá fora, sustentada pela divulgação de dados positivos do setor industrial e do mercado de trabalho nos EUA sinalizando uma recuperação da economia americana. O Dollar Index, que mede o desempenho da moeda americana em relação a uma cesta de moedas, subiu 1,12%.
Diante do movimento de valorização global do dólar, o Banco Central não atuou no mercado, depois de ter realizado três leilões de swap cambial (que equivalem a uma venda de dólares no mercado futuro) na quarta feira, injetando US$ 2,25 bilhões no mercado. "A tendência de fortalecimento do dólar é global e o BC não tem capacidade de reverter esse movimento e está muito ciente desse fato. Por isso, tem agido apenas para garantir a liquidez no mercado", afirma Marcelo Salomon, chefe de economia e estratégia para a América Latina do Barclays Capital.
Para Salomon, o BC não deve gastar reservas para tentar conter a alta do dólar e deve esperar uma acomodação desse movimento de valorização para agir de forma mais agressiva.
A leitura dos analistas é que a autoridade monetária só tem atuado para corrigir distorções, quando o real se descola de seus pares lá fora ou há uma volatilidade muito alta do câmbio.
A pressão de valorização do dólar tem se concentrado no mercado futuro e está impulsionada pelos investidores estrangeiros e institucionais, que seguem comprando a moeda americana. Os estrangeiros ampliaram a posição líquida comprada em dólar (aposta na alta da divisa) no mercado futuro de US$ 9,771 bilhões em 30 de julho para US$ 11,835 bilhões em 31 de julho, maior posição desde 9 de março de 2009.
Segundo o executivo da tesouraria de um banco estrangeiro, parte desse movimento reflete a busca por hedge por parte dos estrangeiros para os investimentos em renda fixa local, que aumentou após a retirada da alíquota de 6% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Para a equipe de estratégia de câmbio para mercados emergentes do Morgan Stanley, o real está entre as moedas "mais vulneráveis" no médio prazo, considerando o grupo das principais divisas emergentes, pressionado pelos temores sobre a desaceleração econômica da China, pela "fraca" posição externa do Brasil (pelo balanço de pagamentos) e pela inflação elevada. Os analistas do Morgan preveem que esses fatores devem ditar o caminho para um real mais fraco, com a cotação podendo alcançar a taxa de R$ 2,40 por dólar no fim deste trimestre.
O BC tem sinalizado preocupação com o impacto da valorização do dólar para a inflação. No ano, a moeda americana já acumula alta de 12,68%.
Para Salomon, o impacto para a inflação depende do nível de atividade econômica. Por enquanto, a inflação deve mostrar uma desaceleração em julho podendo ficar negativa.
A preocupação com o repasse da desvalorização cambial sobre os preços também se reflete no comportamento do mercado de juros futuros da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros). A taxa do contrato futuro de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 - que reflete as expectativas para a taxa básica até o fim do ano - atingiu 8,91% ontem (ante 8,85% registrado anteontem).
O contrato não rompia o "teto" de 8,90% desde 1º de julho, quando fechou a 8,95%. Apenas esta semana, a taxa do DI para janeiro de 2014 subiu mais de 0,10 ponto percentual. Com a escalada recente, o contrato já demonstra que os investidores voltam a apostar em uma alta da taxa Selic, hoje em 8,50%, até pelo menos 9,50% este ano.

Fonte: Jornal Valor Econômico

Balança comercial do ano tem pior déficit da história



BRASÍLIA  - De janeiro a julho deste ano, a balança comercial registrou um déficit de US$ 4,989 bilhões. Esse é o pior saldo do comércio exterior do Brasil acumulado nos sete primeiros meses da série histórica do Ministério do Desenvolvi mento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), iniciada em 1993.

A conta do comércio internacional do país nesse mesmo período não era deficitária desde 1999, quando houve um déficit de US$ 578 milhões.
O desempenho no acumulado de 2013 é bem diferente do verificado em igual período de 2012, quando houve superávit de US$ 9,927 bilhões.
O déficit dos sete primeiros meses do ano é resultado de quatro meses de resultado negativo: janeiro (US$ 4 bilhões), fevereiro (US$ 1,3 bilhões), abril (US$ 995 milhões) e julho (US$ 1,897 bilhão). A balança comercial foi super avitária nos outros três meses: março (US$ 162 milhões), maio (US$ 760 milhões), junho (US$ 2,301 bilhões).
Uma das explicações do forte déficit no acumulado do ano é o registro de aproximadamente US$ 4,6 bilhões em importações de petróleo e derivados que ocorreram no fim de 2012, mas que foram registradas apenas em 2013.
Julho
Apenas no mês de julho a balança registrou déficit de US$ 1,897 bilhão. Esse é o pior resultado para o mês da série histórica do Mdic, iniciada em 1993.
Na comparação com igual mês do ano passado, o saldo do comércio exterior mostra uma inversão, pois em julho de 2012 houve superávit de US$ 2,866 bilhões.
Relatório do Mdic aponta que as vendas de bens nacionais para o exterior somaram US$ 20,807 bilhões em julho deste ano, ante US$ 21,003 bilhões no mesmo mês de 2012. As importações de julho alcançaram US$ 22,704 bilhões – acima do valor registrado no mesmo mês do ano passado, de US$ 18,137 bilhões.


Fonte: Jornal Valor Econômico

Governo confirma queda das tarifas de importação

Agência Brasil


BRASÍLIA  -  O ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou no dia 01/08/2013 que o governo não renovará o aumento do Imposto de Importação (II) anunciado no fim de 2012, como adiantou o Valor.
O tributo foi aumentado para uma lista de cem produtos e vigora até o fim de setembro deste ano. As mercadorias beneficiadas vão desde batatas até insumos para a indústria química. Na ocasião, a lista foi editada após o Mercosul autorizar cem novas exceções à Tarifa Externa Comum (TEC) do bloco.
Quando o governo aumentou a alíquota do II desses produtos, “a indústria brasileira estava sofrendo forte assédio de importações e o câmbio não era favorável”, explicou Mantega.
Agora, o país “tem condições de retornar às alíquotas anteriores, ou seja, reduzir as alíquotas atuais”, completou o ministro.
Graças à medida, “a indústria poderá obter insumos mais baratos e desta maneira ter mais competitividade”.
Realidade cambial
Mantega afirmou que “a realidade cambial [do Brasil] mudou” e portanto não fazia mais sentido manter as alíquotas mais altas do Imposto de Importação (II).  “Nossa realidade cambial mudou. Dólar se valorizou e não faz sentido manter essa elevação da tarifa de importação”, disse Mantega.
Em setembro do ano passado, a tarifa média do Imposto de Importação (II) de 8% a 12% passou para patamar em torno de 25%. A partir de outubro, voltarão ao patamar anterior uma redução média de 10 a 15 pontos percentuais.
Indústria
Ao justificar o fim da medida que beneficiava setores da indústria, o ministro Mantega afirmou que, com o cambio atual, "os setores ganharam uma defesa natural”. O ministro citou ainda o “problema criado pelo Fed [ao anunciar a revisão de estímulos monetários], que gera uma desvalorização passageira”.
Mantega mencionou ainda as diversas medidas em prol da indústria anunciadas pelo governo, como a desoneração da folha salarial para diversos setores e o Programa de Sustentação do Investimento (PSI).
Ele informou ainda que o efeito da medida é deflacionário, já que “ou as indústrias que produzem no Brasil baixam o preço ou enfrentarão mais concorrência”.

Fonte: Jornal Valor Econômico

1 de agosto de 2013

Alíquotas de importação caem a partir de outubro

O governo decidiu não renovar a proteção concedida à indústria nacional por meio de aumento do Imposto de Importação. Os cem produtos que tiveram aumento de alíquotas em setembro do ano passado voltarão a ser tributados pelos percentuais que vigoravam antes da elevação.
A nova regra será anunciada hoje e valerá a partir de outubro, quando vence o prazo original da lista de exceção negociada entre os países do Mercosul. A maior parte dos produtos tem hoje alíquota de 25%.
Na avaliação do governo, o cenário atual é diferente do que vigorava em 2012, especialmente no que diz respeito ao câmbio - então valorizado e hoje já em R$ 2,30. O novo valor da moeda americana é suficiente, na visão das autoridades, para garantir uma proteção natural contra os importados.
Além disso, causou irritação entre as autoridades econômicas aumentos de preços que foram considerados abusivos e que tiveram impacto sobre a inflação. Entre os mais citados estão as resinas usadas pela indústria química, nas quais foram detectados aumentos de até 20%.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a conversar com representantes do setor em junho para tratar do assunto. A intenção inicial era revogar os aumentos do imposto antes mesmo do vencimento da medida. Mas como faltava pouco tempo, decidiu-se esperar o vencimento.
Os setores mais beneficiados pela medida haviam sido a siderurgia, a indústria química, de medicamentos e de bens de capital. Na lista havia também pneus, batata, tijolos, vidros, entre outros.
O fim da proteção não terá impacto relevante sobre as receitas do governo. Como se trata de uma barreira à entrada de produtos, o imposto mais alto não implica necessariamente em menor participação dos importados no mercado nacional.

Fonte: Jornal Valor Econômico

31 de julho de 2013

Sem compras da China, exportações brasileiras cairiam 5,5% no semestre

A China segurou a queda das exportações brasileiras no primeiro semestre do ano. Não fosse o país asiático, que comprou 10,3% a mais do que em 2012, os embarques totais do Brasil teriam recuado 5,5%, em vez da queda de 0,8% registrada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O apetite chinês compensou o resultado negativo com norte-americanos e europeus, que frearam de forma substancial as compras de produtos nacionais.
No primeiro semestre deste ano, a cada cinco dólares que entraram no Brasil, um veio de mãos chinesas. Há seis anos, a cada cinco dólares, 30 centavos vinham da mesma fonte. O crescimento das exportações à China, contudo, não foi acompanhado por ganho de espaço pelos produtos nacionais no mercado asiático. As importações totais da China neste ano cresceram 10,1%, segundo a OCDE. Na visão de analistas, a crescente dependência da exportação brasileira à demanda chinesa, aliada à desaceleração econômica em marcha naquele país, traz perspectivas desfavoráveis ao comércio exterior nos próximos anos.
Os US$ 114 bilhões que o Brasil exportou também foram incrementados pela Argentina, que importou do Brasil 7,2% a mais do que em 2012, assegurando o crescimento de 2,4% das vendas aos latinos americanos. Se a demanda dos argentinos por automóveis, autopeças e máquinas e aparelhos mecânicos foi responsável pelo resultado, a procura dos países do Oriente Médio por carnes, açúcar e minério de ferro levou os embarques à região a crescer 8,1% e somar US$ 5 bilhões.
De acordo com José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), o principal fator que explica as exportações para a China aumentando a dois dígitos é a antecipação da supersafra de venda da soja e o preço elevado do produto no início do segundo trimestre do ano. No entanto, o analista prevê que esse ritmo não deve se sustentar, fazendo as exportações ao país asiático em 2013 fecharem com um crescimento não tão vigoroso.
A soja, produto mais vendido no primeiro semestre, foi responsável por US$ 10,9 bilhões em exportações à China. O montante é US$ 2,2 bilhões maior do que ano passado e representa metade do total embarcado ao país. "Ainda resta um mês e meio de vendas de soja brasileira antes da safra norte-americana ir ao mercado e o preço já está caindo. Isso deve frear um pouco esse crescimento até o fim do ano", diz Castro.
Para Rodrigo Branco, da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), a pauta exportadora brasileira se tornou dependente da alta dos preços das commodities nos últimos seis anos, movimento puxado pela demanda chinesa por matérias-primas.
O espaço conquistado pelos chineses veio da retração da demanda dos mercados mais tradicionais aos exportadores brasileiros. A União Europeia importou 7,6% menos neste ano. Se no primeiro semestre do ano passado o saldo com o bloco foi superavitário em US$ 400 milhões, neste semestre houve déficit de US$ 3,2 bilhões. Com os Estados Unidos, a queda foi significativa: 14,6%. Assim, o Brasil vendeu mais ao Mercosul (US$ 13,6 bilhões) do que aos norte-americanos (US$ 11,5 bilhões)
Em 2012, o resultado foi inverso. Enquanto a retração europeia se deu em virtude de menor demanda por manufaturados, minério de ferro e soja, refletindo a recessão econômica do bloco e a dificuldade da indústria nacional em competir com concorrentes asiáticos naquele mercado, o recuo da demanda norte-americana é explicado pela produção menor de petróleo da Petrobras e pelo aumento do consumo de combustíveis no mercado interno. Com isso, houve menos petróleo disponível para a exportação do setor, que vendeu menos do que a metade do registrado ano passado aos EUA, tirando US$ 2,1 bilhões da balança.
Para Fabio Silveira, da GO Associados, as exportações são dependentes da dinâmica industrial de outros países. "Diferentemente dos europeus em crise, ainda temos muitas commodities para exportar e vamos seguir fazendo isso. A diferença é que será com preços mais baixos, o que vai afetar o resultado do comércio exterior no médio prazo", diz.

Fonte: Jornal Valor Econômico

Aeroportos operam normalmente apesar de greve, diz Infraero

Símbolo da Infraero é visto em aeroporto

A Infraero elaborou um plano de contingência para a greve dos aeroportuários, que inclui o remanejamento de empregados para reforçar as equipes nos horários de maior movimento

Os aeroportos brasileiros administrados pela Infraero operavam normalmente nesta quarta-feira (31/07/2013) e não registravam impactos da greve dos aeroportuários que teve início à meia-noite, segundo informou a empresa, por meio de sua assessoria de imprensa.
A greve foi aprovada no dia 18 de julho pelo Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), que reivindica, entre outros pontos, aumento salarial real de 9,5 por cento e melhorias em benefícios como o auxílio-creche.
Dados disponíveis no site da Infraero, atualizados às 7h, indicavam que de 360 voos programados apenas 3,9 por cento haviam sido cancelados e 1,4 por cento estavam atrasados.
A Infraero elaborou um plano de contingência para a greve dos aeroportuários, que inclui o remanejamento de empregados para reforçar as equipes nos horários de maior movimento de passageiros e aeronaves.
Os sindicalistas agendaram uma série de assembleias em diversos aeroportos do país nesta quarta-feira, a partir de 14h, para deliberar sobre a continuidade da paralisação.
"A contraproposta apresentada pela empresa está muito longe de atender as expectativas da categoria aeroportuária", disse o Sina em seu site.
"Das 106 cláusulas encaminhadas pelos aeroportuários, aprovadas em assembleias pelo Brasil, a empresa mais uma vez, demonstrou total desrespeito, desprestígio e indiferença às necessidades dos aeroportuários", acrescentou o sindicato.
Fonte: Revista Exame 

30 de julho de 2013

Centro de estudos aponta que exportações mundiais caíram 0,5% em maio


Aaron McKenzie Fraser/Bloomberg
Genebra 
O comércio internacional continua fraco e os últimos dados consolidados não dão margem a uma previsão de melhoras significativas proximamente.

Em volume, as exportações mundiais caíram 0,5% em maio, de acordo com o CPB, o Centro de Analise Econômica da Holanda, cujo levantamento é atentamente acompanhado pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
O volume de exportações das economias desenvolvidas continua abaixo do nível de antes da crise global. Por sua vez, as exportações da América Latina tiveram queda de 1,3% em maio, enquanto suas importações cresceram 0,9%.
Japão
Em valor, o comércio mundial caiu ainda mais, 1,2%. Ao mesmo tempo, o crescimento das exportações do Japão em junho aumentaram em iene, mas caíram quando medidas por dólar americano ou por volume.
“A desvalorização do iene, desde o ano passado, não parece ter reforçado a competitividade japonesa”, avalia Andrew Kenningham, da Capital Economics.
Zona do euro
As vendas externas dos países da zona do euro continuam fracas. A exceção é a Espanha, que vem de base baixa.
China
Já a China, maior nação comerciante do planeta, sofreu, em junho, seu pior resultado desde o começo da crise financeira global. Suas vendas caíram 3,1% comparado ao ano anterior, em dólar.
Economistas atribuem o resultado, em parte, ao ataque do governo contra o uso de transações comerciais para driblar controles de capital. Mas o fator principal é mesmo a persistência da fraca demanda global.
Analistas não veem nenhuma recuperação de exportações recentemente. Cedo ou tarde, a Organização Mundial do Comércio deverá revisar para baixo sua projeção de alta das trocas em 3,5% este ano.

Fonte: Jornal Valor Econômico

26 de julho de 2013

Obras na Rua do Adubo provocam congestionamento maior que o habitual



O primeiro dia das obras de recapeamento da Rua Idalino Pinês, ( Rua do Adubo é de congestionamento e transtorno para os motoristas. A fila de caminhões não é novidade, mas os bloqueios realizados na via refletem no tráfego na área urbana (Avenida Santos Dumont, principal via da região) e na Rodovia Cônego Domênico Rangoni.

A primeira quadra da rua, que vai da rodovia até a Avenida Mário Daige, começou a ser totalmente refeita, com a troca de solo, retirada de todo o pavimento asfáltico, preparo de base, camada pré-asfáltica, seguida do asfalto. O restante da pista, porém, que está menos deteriorado, que vai até a Avenida Santos Dumont, será raspado (fresagem), recebe uma nova camada de pavimentação. A intervenção dos trechos será feito de cada vez, segundo a prefeitura. 

As obras de recapeamento e urbanização têm previsão de durar de três a quatro semanas, pois as variações climáticas neste período podem interferir no cronograma de ações, como troca de solo, raspagem e aplicação da camada asfáltica e de base. Quando estiver concluída, a expectativa é de que melhore o trânsito na Rua do Adubo e nas ruas no entorno, pois propiciará uma maior velocidade média aos caminhões que entram e saem no Porto, diminuindo os constantes congestionamentos no local.

Fonte: Jornal A Tribuna