19 de setembro de 2012

Fiesp quer aumentar comércio com a Argentina

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, minimizando o que chamou de "eventuais arestas" no comércio bilateral entre Brasil e Argentina, disse ter firmado ontem acordo com o secretário do Comércio Interno argentino, Guillermo Moreno, para equilibrar melhor a corrente de comércio entre os dois países.

Moreno compareceu ontem à Fiesp com uma comitiva de 105 empresários do setor de autopeças para participar de uma rodada de negócios com outras 95 empresas brasileiras do mesmo ramo.

O objetivo, segundo Skaf, é substituir produtos comprados de "terceiros países" que possam ser importados do país vizinho, e vice-versa. "Nossa meta é a Argentina comprar mais do Brasil, mas o Brasil comprar muito mais da Argentina. Desde 2005 temos superávit comercial com a Argentina. Temos que entender que ela é nossa vizinha, e se há desequilíbrios temos que nos esforçar não em vender menos, mas em comprar mais", disse.

Neste ano, as vendas brasileiras com destino à Argentina recuaram 18%, como reflexo das barreiras protecionistas adotadas pelo país vizinho para barrar importações. Mesmo assim, no período o Brasil acumula superávit comercial de US$ 2 bilhões com o parceiro do Mercosul, levando-se em conta produtos manufaturados. A expectativa de Skaf é que esse número chegue a US$ 3 bilhões ao fim do ano. No ano passado, o comércio bilateral com a Argentina foi superavitário em US$ 5,8 bilhões.

O aumento da Tarifa Externa Comum (TEC) para cem produtos definido pela Camex no início do mês, segundo Skaf, ajuda no sentido de estimular o comércio entre os dois vizinhos. A lista elevou em até 25% o imposto de produtos importados de outros países fora do Mercosul. "Essa medida não vai em sentido protecionista, porque as alíquotas foram aumentadas dentro dos acordos internacionais. Isso é importante para o Brasil, assim como para a Argentina e para o Mercosul".

Também presente na coletiva de imprensa, Moreno se recusou a comentar questões que não envolvessem o evento, mas fez coro às palavras de Skaf quanto ao aumento da corrente de comércio entre os dois países. Perguntado sobre os obstáculos presentes no novo regime automotivo, ele respondeu: "O clima não é de obstáculos. É de participação entre os dois países. Os problemas entre Brasil e Argentina se resolvem com mais comércio."

Tanto Skaf como Moreno apoiaram a ideia de que o comércio entre os dois países seja feito em moeda local. Assim, as empresas exportadoras brasileiras receberiam em pesos.


Fonte: Jornal Valor Econômico

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