4 de setembro de 2012

Base de comparação explica retração da importação em agosto, diz Iedi

Além da retração nas compras externas em agosto deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, a queda de 14% nas importações no período foi fortemente influenciada pela base de comparação registrada em 2011, segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

Segundo o economista-chefe do Iedi, Rogério Cézar de Souza, houve um salto nas compras externas entre julho e agosto de 2011, quando a média diária das importações subiu para US$ 969 milhões. Com isso, aquele agosto teve maior média diária desde o início da série histórica do instituto, em 2000. “As compras externas começaram a cair em julho deste ano, com recuo de 9,5% na média diária”, afirmou.

Ao mesmo tempo, as paralisações de servidores federais ao longo de agosto também ajudaram a derrubar o nível de importação no mês. “Mas é difícil detectar no quanto isso atuou para o resultado”, disse Souza.

A diferença entre julho e agosto, no entanto, está em combustíveis e lubrificantes. O economista lembra que praticamente todos os setores apresentaram recuo no mês passado. Agora, além da retração verificada em semimanufaturados, bens de consumo, manufaturados e matérias-primas, há o efeito dos combustíveis, que recuaram 50,5% em valores ante agosto de 2011, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

“Foi esse o setor que puxou mais do que mês passado, pois todos os outros já apresentavam essa tendência”, avaliou o economista.

Para o restante do ano, a previsão, segundo ele, é que a balança comercial apresente contração significativa nas importações. “O aumento das compras para a média diária acima de US$ 900 milhões ano passado começou em agosto e foi até novembro. Foi o pico do ano. Mantendo o que estamos vendo agora, de média de US$ 800 milhões, US$ 850 milhões, vamos continuar com essa retração.”

Combustível garante superávit, diz Rosenberg

A balança comercial de agosto registrou superávit de US$ 3,227 bilhões, superior ao projetado pela Rosenberg & Associados, que estimava saldo de US$ 3 bilhões. O resultado foi obtido graças a uma desaceleração mais intensa das importações no mês, uma vez que as exportações já vinham em tendência de queda mais acentuada, diz a Rosenberg em boletim enviado aos clientes.

A consultoria ressalta, porém, que as greves da Receita Federal, Anvisa e operadores portuários exerceram influência significativa e negativa nos dados do mês, principalmente sobre as importações.


Fonte: Jornal Valor Econômico

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