11 de setembro de 2012

Importação cai 2,6% na China e reforça os sinais de desaceleração

As importações da China tiveram uma inesperada queda em agosto, num sinal de que a desaceleração da segunda maior economia do mundo está se agravando. Os números, divulgados ontem pelo governo, se somam ao fraco desempenho da indústria, que apresentou no mês passado o pior resultado desde maio de 2009.

As compras externas chinesas recuaram 2,6% em agosto, contra o mesmo mês de 2011 - em julho havia sido registrado um aumento de 4,7%. A queda nas importações foi determinante para um superávit comercial chinês de US$ 26,7 bilhões no mês passado. Em julho, o saldo havia sido positivo em US$ 25,1 bilhões.

A fraqueza na demanda por importações na China é má notícia para exportadores no Sudeste Asiático, na Austrália, no Brasil e em outras nações que contam com o apetite chinês por petróleo, minério de ferro, componentes industriais e outros produtos para compensar a anemia no Ocidente.

As exportações chinesas registraram um ganho de 2,7% ao ano em agosto - um avanço em relação ao crescimento de 1% ao ano de julho. O enfraquecimento da demanda europeia é a principal explicação para o desempenho sem brilho: as exportações para a Europa caíram 12,7% ao ano em agosto, anulando o impacto do modesto crescimento das vendas para os Estados Unidos.

No domingo, Pequim informou que a produção industrial avançou 8,9% em agosto, uma desaceleração ante a alta de 9,2% de julho. Já o Índice de Preços ao Consumidor de agosto avançou 2% ante agosto de 2011, acima da alta de 1,8% de julho. Entre julho e agosto, o avanço foi de 0,6%. O Índice de Preços ao Produtor caiu 3,5% em agosto ante agosto do ano passado, após recuar 2,9% em julho.

Analistas esperam que o crescimento chinês, que recuou para 7,6% no segundo trimestre, o mais baixo em três anos, volte a melhorar no fim de 2012 ou no início do ano que vem. Segundo eles, porém, a expansão ainda não deve atingir patamar suficiente para liderar uma recuperação global sem uma melhoria nos Estados Unidos, que luta com uma recuperação lenta, e na endividada Europa.

Indicadores antecedentes de atividade industrial (PMI) em agosto mostraram queda nas encomendas para exportação e na importação de componentes para fábricas. Apesar de não haver dados oficiais sobre demissões em massa, os números sugerem que a redução dos negócios está levando as empresas a reduzir o número de funcionários.


Fonte: Jornal Valor Econômico

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