31 de outubro de 2012

Câmbio está ajustado à economia brasileira, avalia Pimentel

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, reiterou que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro vai crescer 4% em termos anualizados no quarto trimestre deste ano. De acordo com ele, as medidas de estímulo à economia, adotadas pelo governo federal desde agosto de 2011, incluindo reduções de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), desoneração da folha de pagamento, ampliação das linhas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e redução da taxa básica de juros (Selic), começam a dar resultado.

Segundo Pimentel, o Brasil também está com o “câmbio ajustado ao tamanho da economia” e tem condições de manter o crescimento na faixa dos 4% em 2013 e nos anos seguintes. “Estou muito otimista com 2013”, afirmou o ministro, depois de almoço com o governador Tarso Genro (PT) na churrascaria Braseiro, em Porto Alegre. “[O crescimento] não será voo de galinha”, reforçou.

O ministro disse ainda que o câmbio ao redor de R$ 2 por dólar está numa faixa que o Banco Central e a Secretaria do Tesouro Nacional podem sustentar “sem grandes traumas”. De acordo com ele, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, está “correto” quando afirma que o Brasil não permitirá que o câmbio seja afetado pela política monetária expansionista dos países ricos. “Não vamos permitir ataque à moeda brasileira, mas não faremos uma política cambial artificial.”

Pimentel afirmou ainda que o governo está avaliando a possibilidade de prorrogação do Reintegra, que garante o retorno de 3% do valor das exportações às empresas. O benefício expira dia 31 de dezembro e existe “uma expectativa muito grande dos empresários” em relação ao assunto, admitiu o ministro, ressalvando que o estudo cabe ao Ministério da Fazenda. "Não estou autorizado a falar sobre isso ainda", comentou.

O ministro do Desenvolvimento também disse que o saldo da balança comercial deste ano será inferior ao de 2011 (de US$ 29,8 bilhões), mas já soma quase US$ 18 bilhões e é um valor “relevante” no contexto de crise internacional. Ele evitou fazer projeções para 2013, mas afirmou que espera resultado “melhor” do que o deste ano. Conforme Pimentel, o desempenho depende não somente das exportações, mas também das importações que tendem a aumentar quando o país cresce, o que “não é mau”. “Não somos protecionistas, [somente] fazemos uma legítima defesa comercial”, afirmou.

Pimentel e Genro explicaram ainda que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o governo do Rio Grande do Sul e a Federação das Indústrias do Estado (Fiergs) fizeram acordo para incluir empresários gaúchos nas próximas missões comerciais brasileiras ao exterior. O primeiro destino, no início de 2013, deve ser a África, um mercado importante para setores industriais como o metalmecânico e o de máquinas agrícolas, segundo o ministro.
 
 
Fonte: Jornal Valor Econômico

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