1 de novembro de 2011

Dólar fecha acima de R$ 1,70, mas ainda perde 9,46% no mês

Por Eduardo Campos | Valor

SÃO PAULO – Do começo ao fim do pregão os compradores pautaram a formação de preço do dólar no mercado local. E mesmo retomando a linha de R$ 1,70, o dólar fecha o mês de outubro acumulando queda de 9,46%, maior perda mensal desde maio de 2009. No ano, a moeda ainda apresenta valorização de 2,28%.

No fim dessa segunda-feira, o dólar comercial apontava alta de 1,18%, a R$ 1,704 na venda, máxima do dia. As compras se acentuaram nos minutos finais do pregão.
Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o dólar pronto ganhou 0,99%, para R$ 1,6926. O giro do dia ficou em US$ 104,75 milhões.

Também na BM&F, o dólar para dezembro subia 1,89%, a R$ 1,718. O dólar para novembro que expira no encerramento do pregão de hoje avançava 0,86%, a R$ 1,688.
Os contratos que não foram rolados para outros vencimentos serão liquidados pela Ptax. A taxa referencial calculada pelo Banco Central (BC) fechou o mês em R$ 1,6885, queda diária de 0,59%. No mês, a taxa caiu 8,95%.

Segundo o diretor de tesouraria do Banco Prosper, Jorge Knauer, a formação de preço do dólar ficou alinhada com o cenário externo.

Depois dos últimos dias de “exuberância irracional”, diz o diretor, o mercado passa por um dia de salutar correção de preços. “Pelas notícias que vêm de fora, mesmo com o acerto na Europa, não há motivo para uma arrancada tão forte como a observada. Não há uma reversão do processo, mas sim boas intenções na Europa”, explica.

Dentro desse quadro de grande incerteza, diz Knauer, não há motivo para uma melhora muito maior no preço do dólar e de outros ativos. “O dólar deve ficar, mesmo, ao redor de R$ 1,70”, diz.

Câmbio Externo
O dólar ganha de seus principais rivais no mundo todo nesta segunda-feira. Além das preocupações inerentes à crise na Europa, a moeda americana ganhou fôlego depois que o Banco do Japão (BoJ) foi a mercado conter a alta do iene, que testava preços não vistos desde 1945.

A intervenção, a terceira do ano, surtiu efeito e o iene teve o maior tombo diário ante o dólar desde 2008. A moeda chegou a cair mais de 4%. A divisa japonesa opera ao redor dos 78 iene por dólar, depois de cair a 75,38 por dólar.

Captando a demanda por divisa americana, o Dollar Index (DXY), que mede o desempenho do dólar ante uma cesta de moedas, subia 1,44%, a 76,17 pontos. Enquanto o euro operava com forte baixa, recuando 1,60%, a US$ 1,391.

Ilustrando a desconfiança do mercado com o pacote europeu de medidas anunciado na semana passada, o custo de financiamento da Itália voltou a subir. A taxa dos papéis de 10 anos operou acima dos 6%.
Completando o quadro de incerteza, a corretora MF Global Holdings entrou com um pedido de falência em Nova York, após perdas com apostas em papéis de governos europeus.

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