1 de novembro de 2012

Governo está empenhando em manter dólar no nível de R$ 2, diz ministro

“O governo brasileiro está empenhado em manter, pelo menos, o atual patamar do câmbio, de R$ 2 por dólar”, afirmou o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, admitindo implicitamente um piso para a cotação do dólar no sistema de “flutuação suja” adotado pelo Banco Central. “Quem pode responder com precisão a essa questão é o presidente [do Banco Central, Alexandre] Tombini, e o ministro [da Fazenda, Guido] Mantega”, comentou Pimentel, ao lhe indagarem sobre câmbio. “Mas como eles disseram várias vezes em público, posso repetir.”

As declarações de Pimentel reproduziram o que os integrantes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) ouviram do próprio Mantega que garantiu a intervenção do governo para impedir que o dólar caia abaixo de R$ 2. Segundo participantes da reunião ouvidos pelo Valor, no Palácio do Planalto, ficou clara para todos a existência do piso de R$ 2 para o dólar.

Pimentel negou que, como lhe perguntou um repórter, o câmbio funcionaria como ”instrumento de ajuste” da economia. “O que estamos fazendo desde maio ano passado é uma política cambial que analistas estão chamando de flutuação suja”, comentou, dizendo que o objetivo oficial é “manter o patamar cambio brasileiro num estágio competitivo”.

“Hoje com dólar a R$2 temos cambio que dá certo conforto ao exportador”, comentou o ministro. “Certamente é um patamar muito mais confortável que no inicio do ano passado, quando cambio chegou a R$ 1,50 e R$ 1,60. “O BC atua sobre o câmbio usando o mercado; vamos tentar manter sempre que houver ataques à nossa moeda”.

Mantega frustrou os empresários que esperavam convencê-lo a prorrogar o Reintegra, programa que garante a devolução de 3% do faturamento a empresas exportadoras, para compensar tributos pagos nas etapas da cadeia produtiva. “Medidas para o ano vem vamos anunciar no ano que vem”, gracejou Pimentel, ao lhe perguntarem o que planejava o governo para 2013.

“O que é permanente na política industrial, é o maior foco em inovação, o adensamento das cadeias produtivas brasileiras e defesa comercial legítima do mercado brasileiro de pratícas predatórias”, disse. “Para atingir metas quantitativas e configurar os focos vamos adotando medidas ao longo do tempo”.


Fonte: Jornal Valor Econômico

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