21 de outubro de 2011

Atraso de carga no aeroporto de Campinas é administrável, diz Infraero

BRASÍLIA – Embora a greve dos funcionários da Infraero, iniciada à meia-noite da quarta-feira,  tenha afetado diretamente os terminais de carga do aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), o diretor de administração da estatal, José Antônio Eirado, afirmou que a situação não é grave. “Apesar de a metade dos funcionários do setor de cargas aderirem à paralisação, a situação ainda é administrável”, afirmou. Segundo ele, todas as cargas perecíveis e vivas (animais) foram despachadas, enquanto que as demais, em atraso, não estão acumuladas nos pátios e foram acomodadas nos galpões disponíveis.

Já a movimentação de passageiros nos terminais de embarque e desembarque se manteve normal até o final do dia, inclusive com índices de atraso e cancelamentos de voos melhores do que os registrados na última quinta-feira (13). “O plano de contingência tem surtido efeito. Por isso, ele deve ser mantido amanhã (sexta-feira)”, disse Eirado, ao se referir ao trabalho de remanejamento de funcionários da área administrativa para as unidades operacionais.

A greve dos aeroportuários afeta também os aeroportos de Brasília e Guarulhos (Cumbica), que estão envolvidos no processo de concessão à iniciativa privada. Essa é justamente a questão que tem causado o protesto dos trabalhadores, que reivindicam garantias de manutenção do quadro de funcionários da empresa estatal e melhoria das condições de trabalho. A greve está prevista para durar 48 horas.

A Infraero, até agora, não concluiu o levantamento sobre o nível de adesão de funcionários ao movimento grevista. Apenas divulgou o levantamento informando que os trabalhadores parados representam, dependendo do turno, de 25% a 30% sobre o total de 2.781 funcionários ligados diretamente à estatal nos três aeroportos. No fim da manhã, a companhia chegou a divulgar que a greve atingia 51,44% no aeroporto de Campinas, 40,06% em Guarulhos e 25,21% em Brasília. Os dados sobre cada aeroporto não foram mais atualizados.

O diretor da Infraero afirmou que a pauta de negociação com os sindicalistas começou a ser definida a partir de ontem, no primeiro encontro realizado entre representantes do governo e do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina). “A greve não é contra a Infraero, mas é contra o programa de concessões”, afirmou Eirado. Segundo ele, as negociações devem se estender até a próxima semana. Também está envolvida a Secretaria de Aviação Civil (SAC) e a Secretaria-Geral da Presidência da República.

(por Rafael Bitencourt | Valor Econômico)

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